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Alvo de pedido de cassação na Câmara, Glauber Braga anuncia greve de fome

Deputado é acusado de agressão contra integrante do MBL durante uma manifestação na Câmara em abril de 2024

O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ)

O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) anunciou nesta quarta-feira (9) que fará greve de fome até a conclusão do processo que pede a cassação dele por quebra de decoro parlamentar. Ele é alvo de uma representação do Partido Novo no Conselho de Ética por ter agredido fisicamente um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) em abril de 2024.

“Tomei sim a decisão de utilizar a tática mais radical do ponto de vista político que um militante pode fazê-lo. Eu hoje tomo a decisão de que vou permanecer aqui nesta sala, permanecer no Congresso Nacional, até a finalização do processo. No dia de hoje, eu já iniciei, porque eu estou o dia inteiro em jejum e eu, a partir de agora, não vou, até o fechamento desse processo, me alimentar”, declarou.

Glauber é acusado de quebra de decoro parlamentar por ter agredido fisicamente o influenciador Gabriel Costenaro. O deputado alega ter sido perseguido e disse que reagiu após Costenaro ter ofendido sua mãe, que morreu no mês seguinte ao fato.

Para o relator do caso, Paulo Magalhães (PSD-BA), no entanto, Glauber “extrapolou os direitos inerentes ao mandato” e abusou de suas prerrogativas.

“Portanto, é imperioso admitir que o representado, com seus atos, efetivamente incidiu na prática da conduta, sendo cabível, no caso sob exame, a sanção da perda do mandato”, concluiu o relator.

Caso a cassação seja aprovada no Conselho de Ética, Glauber ainda poderá recorrer à CCJ. Se o recurso for indeferido, o processo segue para o plenário da Câmara, que dá a palavra final. Por lá, são necessários 257 votos para que o parlamentar fluminense perca o mandato.

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Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.