Na oposição, a escolha de Gleisi foi mal recebida. O líder da bancada na Câmara, deputado Luciano Zucco (PL-RS), afirmou à reportagem que com o antecessor de Gleisi no cargo, o ministro Padilha, havia uma abertura de diálogo. Agora, com a nova escolhida para a função, a tendência é de um endurecimento ainda maior das relações entre governo e oposição.
“Ficaria perfeito com a Janja na Casa Civil”, ironizou o deputado sobre a escolha feita por Lula.
Entre os aliados do governo, a nomeação teve recepção mista. O deputado Rogério Correia (PT-MG), vice-líder do governo na Câmara, elogiou a escolha e destacou que Gleisi será uma “defensora do programa de governo de Lula” e uma “peça estratégica” na articulação política, especialmente com vistas às eleições presidenciais de 2026.
“Isto é importante neste momento, um governo que tem amplitude do Presidente Lula precisa também ter uma firmeza programática”, avaliou o deputado.
Apesar dos elogios, algumas lideranças governistas alertam que a chegada de Gleisi ao cargo pode impactar a relação do governo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A deputada já fez críticas públicas à condução econômica de Haddad, e há preocupação de que sua presença na articulação política enfraqueça o ministro em temas sensíveis no Congresso.
Após a escolha feita por Lula, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) disse ter sido comunicado por Lula sobre a mudança e desejou sorte a nova ministra.
A posse de Gleisi Hoffmann está marcada para o próximo dia 10 de março.