Com a expectativa de que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresente uma denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta semana, o jantar entre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e o presidente Lula (PT) foi adiado. O encontro estava programado para esta quarta-feira (19).
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, que também foi convidado, decidiu não comparecer para evitar críticas. Ele finaliza a acusação contra Bolsonaro, que será enviada ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso da tentativa de golpe de Estado no STF.
Nos bastidores, especula-se que Gonet teria desistido de apresentar uma denúncia única contra Bolsonaro. A PGR poderia juntar outras acusações contra o ex-presidente, como suspeitas envolvendo fraudes nos cartões de vacina e o desvio de jóias presenteadas pelo governo da Arábia Saudita. Esses dois casos tramitam paralelamente no STF.
A denúncia deve se basear, em parte, no relatório da Polícia Federal, que concluiu que Bolsonaro e aliados articularam um plano para permanecer no poder mesmo após a derrota nas eleições de 2022. O documento aponta que houve a elaboração de uma minuta golpista e uma série de tentativas de deslegitimar o processo eleitoral, incluindo ataques às urnas eletrônicas e pressões sobre as Forças Armadas para validar teses sem embasamento técnico.
Paulo Gonet aguarda a finalização dos últimos detalhes pela equipe técnica da PGR antes de enviar a denúncia ao STF. A pena solicitada pela PGR pode ultrapassar 20 anos de prisão.
