O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi cobrado nesta quinta-feira (30) por lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) sobre o assentamento de famílias que aguardam pela reforma agrária.
A reunião ocorreu no Palácio do Planalto e contou com as presenças do ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Paulo Teixeira, e do presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Preto.
Dados apresentados ao presidente mostram que das 65 mil famílias que estão acampadas em todo o país, apenas 3.500 foram assentadas nos últimos dois anos.
As lideranças do MST cobraram uma ação mais contundente do governo Lula.
“Viemos dizer ao presidente que estamos insatisfeitos com o programa de reforma agrária. O que foi feito, até os dias de hoje, está muito aquém da nossa expectativa, mas é possível ajustar, é possível o presidente corrigir a rota e apresentar um conjunto de demanda para o próximo período”, afirmou João Paulo Rodrigues, que é da coordenação nacional do MST.
O ministro Paulo Teixeira teria prometido assentar até 20 mil famílias em 2025. O MST considerou o número baixo.
“Não aceitamos ao final deste ano, ter um número tão ridículo como esse, de 1.500 famílias por ano, que é o que foi assentado nos últimos anos. O ministro Paulo Teixeira anunciou um compromisso de 20 mil famílias em 2025. Nós achamos pouco, nós queremos o compromisso de 65 mil famílias para 2025”, enfatizou Rodrigues.
O MST ressaltou que do universo de 1 milhão de famílias assentadas, apenas 33 mil tiveram acesso ao crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) também foi alvo de críticas.
Lideranças do MST apontaram que de 1 milhão de famílias assentadas, apenas 7 mil tiveram acesso o PAA.