O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) alfinetou a Lei Rouanet nesta segunda-feira (6), após a
Bolsonaro publicou um vídeo de um outro usuário reclamando da “indústrias das balsas” em Goiânia.
“Parece vídeo repetido, mas não é. Outro brasileiro denunciando a volta da INDÚSTRIA DAS BALSAS. O investimento na infraestrutura é rechaçada pela gestão Lula e coincidentemente jamais cobrada conclusão por outros de outrora. Enquanto isso, a Rouanet…”, escreveu Bolsonaro.
No vídeo, ainda há a legenda: “Será que os 18 bi da Lei Rouanet daria pra fazer duas cabeceiras?”.
- Parece vídeo repetido, mas não é. Outro brasileiro denunciando a volta da INDÚSTRIA DAS BALSAS.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) January 6, 2025
- O investimento na infraestrutura é rechaçada pela gestão lula e coincidentemente jamais cobrada conclusão por outros de outrora.
- Enquanto isso, a Rouanet... pic.twitter.com/1aUjgslpiq
“Ainda Estou aqui”, que rendeu a estatueta a Torres, não foi um dos beneficiados pelos recursos da Lei Rouanet. A legislação não permite que verbas sejam destinadas para longas-metragens.
Lei Rouanet
Criada em 1991, a Lei Rouanet — que recebe o nome em homenagem a Sérgio Paulo Rouanet, secretário de Cultura da Presidência da República entre os anos 1991 e 1992 — tem o objetivo de captar e dirigir recursos para o setor cultural.
O Ministério da Cultura (Minc) é responsável por acompanhar a execução dos projetos.
As propostas são enviadas por gestores, produtores, artistas e instituições, e precisam cumprir requisitos para receberem autorização para a captação de recursos, que partem de patrocinadores ou doares, e não do governo.
Em 2024, o Minc atingiu o recorde de 19.129 propostas submetidas à Lei Rouanet.
Vitória de Fernanda Torres
Fernanda Torres, de 59 anos, levou a estatueta do Globo de Ouro por seu trabalho no filme “Ainda Estou Aqui”, do diretor Walter Salles. A atriz superou nomes como Nicole Kidman (“Babygirl”) e Tilda Swinton (“O Quarto Ao Lado”).
O longa brasileiro é uma adaptação do livro homônimo escrito por Marcelo Rubens Paiva, conhecido por “Feliz Ano Velho” — sucesso de vendas nos anos 1980.
A história se passa na década de 1970, durante a ditadura militar no Brasil, e acompanha a trajetória da família Paiva, composta por Rubens (Selton Mello), Eunice (Fernanda Torres) e seus filhos.
A vida da família se transforma quando Rubens Paiva é levado por militares à paisana e some sem deixar rastros. Eunice então dedica décadas em busca de respostas sobre o paradeiro do marido.
Bolsonaro, que já homenageou coronéis da ditadura, como Brilhante Ustra, chefe do DOI-Codi, mencionou a família Paiva em sua biografia “Mito ou Verdade: Jair Messias Bolsonaro”, escrita pelo filho, Flávio Bolsonaro.
No livro, ele conta que passou a adolescência em Eldorado Paulista (SP), no Vale do Ribeira. A família Paiva, liderada por Jaime Paiva, era dona da Fazenda Caraitá, grande símbolo de poder econômico e social da cidade. O ex-presidente, que originou-se de uma família humilde, revela que a diferença de classe o incomodava.
“Parte considerável do território da cidade de Eldorado Paulista era de domínio particular, uma fazenda enorme chamada Caraitá — que hoje seria um latifúndio”, diz trecho do livro.