O presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou por procedimento cirúrgico na madrugada desta terça-feira (10) para drenar o sangue de um coágulo localizado no cérebro.
A causa do sangramento intracraniano, provavelmente, foi a queda no banheiro que o presidente sofreu em outubro deste ano. Felipe Mendes, médico neurocirurgião e membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, detalha como funciona a cirurgia pela qual o presidente Lula passou. “A craniotomia é um método cirúrgico por meio do qual é possível retirar partes do osso do craniano para acessar a cavidade intracraniana onde se encontra o cérebro. É indicado para a redução imediata da pressão intracraniana e drenagem de hematomas. No caso do hematoma subdural crônico, muitas vezes apenas dois orifícios de abertura são suficientes para a drenagem do coágulo, não segundo necessário realizar uma craniotomia extensa”, explica.
O neurocirurgião destaca que, a causa do sangramento pode ser, o acidente doméstico que Lula sofreu em outubro. “Normalmente, os coágulos ocorrem após traumatismos cranianos, momento no qual a energia do trauma faz com que os vasos sanguíneos do sistema nervoso se rompam, levando ao extravasamento de sangue dentro do cérebro ou no seu entorno. Algumas condições, como pressão arterial elevada e a presença de aneurismas cerebrais, também podem causar a ruptura espontânea de vasos, causando hemorragias espontâneas sem relação com trauma”.
Sintomas
“Os sintomas de um coágulo no cérebro variam de acordo com a localização e tamanho, mas frequentemente incluem dor de cabeça intensa e de início súbito, náuseas, vômitos, fraqueza ou paralisia em um lado do corpo, alterações na visão, dificuldade para falar ou compreender o que é dito, além de confusão mental. Em casos graves pode haver perda de consciência. Esses sinais indicam uma urgência médica e exigem avaliação imediata”, alerta Felipe Mendes.
Sequelas
O especialista destaca que os coágulos no cérebro podem deixar sequelas, principalmente, se o tratamento não for iniciado rapidamente. “As sequelas incluem déficits motores, como fraqueza ou paralisia, alterações cognitivas, dificuldade de fala, problemas de memória, e, em alguns casos, crises epilépticas. O prognóstico depende da gravidade do quadro, da localização do coágulo e da velocidade de intervenção”.
Tratamento
“O tratamento para coágulos no cérebro é eficaz quando iniciado precocemente e depende da causa e da localização do problema. Em alguns casos, somente a observação em leito de UTI é necessária. É importante também corrigir distúrbios de coagulação e controlar a pressão arterial. Quando há efeito de massa comprimindo o cérebro, a cirurgia para drenagem do coágulo é imperativa. A reabilitação é essencial para recuperação de funções neurológicas comprometidas”, conclui Felipe Mendes, médico neurocirurgião e membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia.
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