O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou o Brasil no fim de 2022, rumo aos Estados Unidos, para evitar uma possível prisão pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. É o que aponta o relatório da Polícia Federal (PF) revelado nesta terça-feira (26) após ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A PF acredita que Bolsonaro tinha conhecimento do planejamento dos ataques aos Três Poderes. Por meio de aliados, o ex-presidente teria mantido contato com financiados dos acampamentos em frente aos quartéis das Forças Armadas.
“O plano de fuga foi adaptado e utilizado no final do ano de 2022, quando a organização criminosa não obteve êxito na consumação do golpe de Estado. Conforme será descrito nos próximos tópicos, JAIR BOLSONARO, após não conseguirem o apoio das Forças Armadas para consumar a ruptura institucional, saIU do país, para evitar uma possível prisão e aguardar o desfecho dos atos golpistas do dia 08 de janeiro de 2023 ( “festa da Selma”)”, diz o relatório.
O ex-presidente saiu do país em 30 de dezembro de 2022, um dia antes do término de seu mandato. Ele foi para a cidade de Orlando, na Flórida, e ficou hospedado na casa de um apoiador, evitando participar da cerimônia de posse do presidente Lula (PT). Bolsonaro permaneceu nos Estados Unidos por cerca de três meses até retornar ao Brasil.
De acordo com a PF, os elementos de prova obtidos ao longo da investigação demonstram de forma inequívoca que o ex-presidente
“O arcabouço probatório colhido indica que o grupo investigado, liderado por Jair Bolsonaro, à época presidente da República, criou, desenvolveu e disseminou a narrativa falsa da existência de vulnerabilidade e fraude no sistema eletrônico de votação do País desde o ano de 2019, com o objetivo de sedimentar na população a falsa realidade de fraude eleitoral para posteriormente a narrativa atingir dois objetivos: primeiro, não ser interpretada como um possível ato casuístico em caso de derrota eleitoral e, segundo e mais relevante, ser utilizada como fundamento para os atos que se sucederam após a derrota do então candidato Jair Bolsonaro no pleito de 2022", diz o relatório.