Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (Psol) e do motorista dela, Anderson Gomes, presta depoimento na tarde desta terça-feira (22) ao Supremo Tribunal Federal.
Ele é ouvido por videoconferência a partir da Penitenciária Federal de Porto Velho (RO), onde está preso. A audiência é conduzida pelo desembargador Airton Vieira, juiz auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal.
Domingos Brazão é interrogado depois de seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), que concluiu sua oitiva nesta terça. Ele reafirmou que sempre teve uma relação “muito boa” não só com Marielle, mas com todos os vereadores da esquerda.
O parlamentar também declarou que nunca se interessou em investigar a atuação das facções criminosas do Rio de Janeiro e afirmou ter um padrão econômico “médio”.
Na segunda-feira (21), ao ser questionado sobre o crime, Chiquinho afirmou ter uma “boa relação” com Marielle, descrevendo-a como uma “amiga” e uma “vereadora muito amável”. Ele também classificou sua morte como um “crime bárbaro” e 
No depoimento, Chiquinho também chorou ao falar de seus familiares e afirmou que nunca teve contato pessoal com Lessa.
Os irmãos são apontados como supostos autores intelectuais do crime. A investigação da Polícia Federal sugere que eles planejavam a morte de Marielle como uma forma de enviar uma mensagem a opositores de seus interesses em áreas dominadas por milícias no Rio de Janeiro.
Até o final da semana, também estão programadas as oitivas do delegado Rivaldo Barbosa, que chefiava a Polícia Civil na época do crime, e dos milicianos Paulo Pereira e Robson Calixto Fonseca. Após os depoimentos, as partes terão um prazo de 15 dias para apresentar suas alegações finais, marcando o último passo antes do julgamento do caso.
 
                 
 
 
 
