O Palácio do Planalto atravessa um mau momento na relação com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e diante da indisposição, o o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou o estreitamento dos laços do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), com os líderes e as bancadas partidárias.
O petista usou o baixo contingente de aliados diretos no Congresso Nacional para pressioná-los a iniciar uma aproximação mais efetiva, facilitando a tramitação e aprovação das propostas do governo no legislativo. “Estamos em um país onde o partido do presidente só tem 70 deputados em 513, nove senadores em 81. Significa que o Alckmin tem que ser mais ágil e tem que conversar mais. O Haddad tem que, ao invés de ler um livro, perder algumas horas conversando no Senado e na Câmara”, alfinetou, dirigindo a cobrança seguinte aos ministro Rui Costa, da Casa Civil, e Wellington Dias, do Desenvolvimento e Assistência Social.
“O Wellington, o Rui Costa, têm que passar uma parte do tempo conversando. Conversa com um, conversa com a bancada A, com a bancada B. É difícil, mas a gente não pode reclamar porque a política é exatamente assim. Ou você faz assim ou não entra na política”, disparou.
As críticas feitas pelo presidente ocorrem em meio à indisposição entre Lira e Alexandre Padilha, ministro palaciano que cuida da articulação política entre o Planalto e o Congresso Nacional. O presidente alagoano da Câmara dos Deputados atacou publicamente Padilha no início do mês, chamando-o de incompetente e alegando que o ministro é um desafeto pessoal.
Em seguida, Lira teceu ameaças ao Governo Lula, prometendo instaurar CPIs que desgastariam a imagem do Poder Executivo e poriam em xeque a governabilidade na Câmara. Padilha, por outro lado, adotou um tom ameno desde então e diz que a crise com Lira está superada.