A Polícia Federal concluiu nesta quinta-feira (29) o inquérito sobre a invasão hacker aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que ocorreu em 4 de janeiro de 2023, e pediu o indiciamento da deputada Carla Zambelli (PL-SP) e do hacker Walter Delgatti. Os dois foram indiciados por supostamente terem cometido diversas vezes os crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.
Durante o ataque hacker, foram inseridos dados falsos no sistema do CNJ, incluindo um pedido de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes. Caberá à Procuradoria-Geral da República (PGR) decidir se irá oferecer denúncia ou não contra a parlamentar.
A defesa da deputada Carla Zambelli afirmou que ela jamais fez qualquer tipo de pedido ao hacker Walter Delgatti para que ele invadisse os sistemas ou praticasse qualquer ato ilegal. “Novamente a Deputada reafirma que não cometeu qualquer conduta ilícita e/ou imoral e exercerá, se necessário, seu amplo direito de defesa para comprovar sua inocência. O uso abusivo de suposições e probabilidades não são elementos induvidosos a pretender sustentar as suspeitas levantadas”, afirmou a defesa, em um comunicado.
Os advogados da parlamentar também negaram a possibilidade de Zambelli ter efetuado pagamentos para que o hacker efetuasse a invasão aos sistemas do CNJ.
“Aliás, a arbitrária interpretação deduzida pela Autoridade Policial asseverando que a Deputada tenha recebido eventualmente documentos não evidencia adesão ou qualquer tipo de colaboração, ainda mais que ficou demonstrado que não houve qualquer encaminhamento à terceiros, bem como ficou igualmente comprovado que inocorreram repasses de valores como aleivosamente sugestionado por aquele”, destacou o advogado Daniel Bialski, que defende Zambelli.
A defesa de Walter Delgatti disse que não houve surpresa com o indiciamento, uma vez que o hacker admitiu, em depoimento, ter invadido os sistemas do CNJ. O advogado Ariovaldo Moreira, que representa o hacker, anunciou que irá pedir a liberdade dele, uma vez que o inquérito da Polícia Federal foi concluído.
“O indiciamento de Carla Zambelli confirma que Walter, a todo momento, colaborou com a justiça, levando a PF até a mandante e financiadora dos atos perpetrados por ele. No mais, a defesa pretende reiterar o requerimento que tem como objetivo a liberdade de Walter, ausente motivo para manutenção da custodia cautelar, uma vez encerrada a investigação”, destacou o advogado.
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