A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sugeriu nesta terça-feira (27) que a Polícia Federal não possui elementos suficientes para enquadrar Bolsonaro no inquérito que apura um suposto plano de golpe de estado no país para anular as eleições presidenciais de 2022, vencidas pelo presidente Lula (PT). Na chegada à Polícia Federal, em São Paulo, onde Bolsonaro depôs no inquérito que apura uma eventual importunação a uma baleia jubarte, a defesa criticou a informação, divulgada pela imprensa, de que a PF iria enquadrar o ex-presidente por suposta participação no plano golpista usando como base o discurso feito no domingo (25), na Avenida Paulista. “Ele comentava sobre algo que ele teve ciência muito tempo depois. Reitero, se as autoridades policiais veem nisso uma forma de confissão, a defesa entende que o que se assiste é, realmente, uma pobreza muito grande de elementos nessa investigação semi secreta, da qual a defesa não tem acesso, e, ao que parece, não tem acesso, justamente, pela fraqueza dos seus elementos”, disparou Paulo da Cunha.
Durante discurso, na Avenida Paulista, Bolsonaro rebateu as acusações de que teria planejado um golpe de Estado para continuar no poder. “Golpe é tanque na rua, é arma, é conspiração. É trazer classes políticas para seu lado, empresariais, isso é golpe. Nada disso foi feito no Brasil. E fora isso, por que continuam me acusando de um golpe? Agora o golpe é porque tem uma minuta de um decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Tenha a santa paciência”, Questionou Bolsonaro em seu discurso.
A defesa argumenta que Bolsonaro recebeu a minuta do golpe do próprio advogado, em outubro de 2023. Portanto, no entendimento dos advogados, Bolsonaro só teve conhecimento do suposto plano golpista quase um ano após o pleito presidencial de 2022. Uma versão da chamada minuta do golpe, que previa a decretação de Estado de Sítio no país, foi encontrada na sede do Partido Liberal (PL), em cumprimento de mandado de busca e apreensão, pela Polícia Federal, neste mês.
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