O líder do MDB no Senado Federal, Eduardo Braga (MDB-AM), ainda não indicou o substituto do senador Renan Calheiros (MDB-AL) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará a atuação da Braskem e a exploração de sal-gema em Maceió, em Alagoas. Preterido para a relatoria da CPI, que caberá ao senador Rogério Carvalho (PT-SE), Calheiros informou em reunião na última quarta-feira (21) que não continuará na comissão.
“Não emprestarei meu nome para simulacros investigatórios e jogos de cartas marcadas. Vi esse filme várias vezes. Mãos ocultas, mas, visíveis, me vetaram na relatoria”, disse. “Mesmo tendo criado a CPI e coletado assinatura por assinatura, deixo a comissão por não concordar com a decisão sobre a relatoria”, completou.
Calheiros desejava ser o relator da CPI. Entretanto, o presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), e outros membros não acharam prudente que um parlamentar alagoano chefiasse a investigação contra a mineradora. A expectativa é que a reunião da CPI marcada para esta terça-feira (26), quando o relator apresentará o plano de trabalho e o colocará para votação, ocorra sem a presença de um representante do MDB.
Tragédia pressionou instalação da CPI. O afundamento do solo na área de uma das minas da Braskem em Maceió, entre novembro e dezembro do ano passado, e a série de tremores registrados na cidade pressionou a instalação da CPI, que se propõe a investigar a atuação da mineradora. A comissão existia desde setembro, quando o senador Renan Calheiros conseguiu o número mínimo de assinaturas para instalar a CPI. Entretanto, os partidos só começaram a indicar os membros da comissão em dezembro.
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