‘Racismo perverte instituições’, diz ministros sobre caso envolvendo motoboy negro e Brigada Militar

Silvio Almeida defendeu que instituições como a Brigada Militar devem ser críticas aos seus processos e adotar medidas para combater o racismo estrutural

O ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos, disse que irá acompanhar juntamente com a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, o caso envolvendo a prisão do motoboy negro Éverton Guandeli da Silva, de 40 anos, que foi preso após ter sido ferido a faca por um homem branco em Porto Alegre, neste sábado (17).

Em uma publicação feita em rede social, Almeida classificou o caso como “racismo” por parte dos agentes e disse que irá atuar com as autoridades gaúchas para a construção de “políticas de maior alcance”.

“O caso do trabalhador negro, no Rio Grande do Sul, que tendo sido vítima de agressão acabou sendo tratado como criminoso pelos policiais que atenderam a ocorrência, demostra, mais uma vez, a forma como o racismo perverte as instituições e, por consequência, seus agentes”, afirmou.

Para Silvio Almeida, as instituições devem analisar de forma crítica seu modo de funcionamento e considerar que há um “racismo estrutural” na sociedade.

“Em outras palavras, é preciso aceitar críticas e passar a adotar medidas sérias de combate ao racismo em nível institucional”, resumiu.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), disse ter determinado a abertura de uma sindicância para apurar a situação, mas que confia na Brigada Militar.

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O que aconteceu?

O trabalhador Éverton Guandeli da Silva, de 40 anos, foi atingido com um golpe de faca por um homem branco em Porto Alegre, neste sábado (17). O homem é um morador e teria se irritado com a aglomeração de motoboys próximo à sua casa e desceu armado portando uma faca.

A Brigada Militar, nome dado à Polícia Militar do Rio Grande do Sul, foi chamada após a agressão e foi denunciada por cidadãos pela diferença no tratamento com os envolvidos. Enquanto Éverton foi agredido por policiais e colocado em um camburão, o agressor foi conduzido até uma viatura policial. Ambos foram conduzidos à delegacia e liberados em seguida.

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Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.

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