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Saiba como funciona a penitenciária de segurança máxima de Mossoró, onde 2 presos fugiram

Brasil possui 5 unidades de segurança máxima e nunca havia registrado caso de fuga em toda a história

Penitenciária de Mossoró é uma das cinco no Brasil que recebem o título de ‘segurança máxima’

Rogério da Silva Mendonça, de 36 anos, e Deibson Cabral Nascimento, de 34 anos, conseguiram fugir da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte (RN), nesta quarta-feira (14). Esse foi o primeiro registro de fuga em um presídio de segurança máxima desde que o modelo foi inaugurado no Brasil, há quase 20 anos.

Ainda não há detalhes sobre a fuga da dupla, mas o que se sabe é que os dois seriam integrantes do Comando Vermelho (CV) e deram entrada na Penitenciária de Mossoró em 27 setembro de 2023. Ambos foram transferidos do presídio Antônio Amaro, em Rio Branco, no Acre (AC), naquele ano, depois de terem se envolvido em uma rebelião.

Leia mais: Brasil registra fuga em presídio de segurança máxima pela primeira vez na história

A Penitenciária Federa de Mossoró (PFMOS) foi inaugurada em 3 de julho de 2009 e é uma das cinco prisões de segurança máxima existentes no Brasil. Além dela, também fazem parte do sistema:

  • Penitenciária Federal em Brasília (PFBRA)
  • Penitenciária Federal de Porto Velho (PFPV)
  • Penitenciária Federal de Campo Grande (PFCG)
  • Penitenciária Federal de Catanduvas (PFCAT)

Todas as cinco penitenciárias federais de segurança máxima seguem critérios mais rígidos em seus procedimentos que os presídios estaduais ou municipais espalhados pelo Brasil.

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Procedimentos de segurança

Um dos diferenciais das penitenciárias de segurança máxima é o maior controle na rotina do preso. Uma delas é a exigência de que o detento seja revistado todas as vezes que deixa o dormitório - seja para banho de sol (que ocorre duas vezes ao dia) ou para receber visita de um advogado, por exemplo).

A cela também é revistada nos momentos em que ele não está e o preso permanece algemado durante o deslocamento pela penitenciária.

Confira outras regras:

  • Comunicação do preso com familiares, amigos e advogados é feito por parlatório, com a separação de um vidro, ou por videonconferência;
  • O preso não tem acesso a meios de comunicação externos;
  • Dois agentes conduzem os presos em seus deslocamentos por dentro do presídio;
  • Procedimentos são monitorados por circuito interno de câmeras.
  • Circuito de câmeras é monitorado por agentes de inteligência da Penintenciária Federal.

Cela

Nas penitenciárias federais, as celas tem um tamanhoa padrão, de cerca de 6 m², e é composta por cama, sanitário, pia, chuveiro, mesa e assento. Os locais não conta com tomadas elétricas e a energia usada para fazer funcionar lâmpadas e chuveitos são ligadas e desligadas em horários determinados.

Rotina do detento

A rotina do detento em uma penitenciária federal de segurança máxima engloba seis refeições por dia, 2 horas de banho de sol diários, além de atividades de trabalho ou educacionais, para ressocialização do preso, nos casos em que há autorização da Justiça.

Os presídios contam, ainda, com atendimento médico, odontológico, farmacêutico, e psicológico, quando necessários, além de assistência social, pedagógica e de Terapia Ocupacional.

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Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.