O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta quinta-feira (25) que a Venezuela e a Guiana prometeram seguir dialogando em busca de um desfecho pacífico a respeito da disputa pelo território de Essequibo. A região, rica em petróleo e gás, corresponde a 70% do território da Guiana. O conflito entre os dois países teve origem no século XIX, quando o Reino Unido controlava a Guiana Britânica, estabelecendo as fronteiras que são alvo de disputa. O Palácio do Itamaraty foi palco de uma reunião, nesta quinta-feira (25), que contou com as presenças do Ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiana, Hugh Todd, e do Ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil. “Nas conversas de hoje, Venezuela e Guiana expressaram seu entendimento acerca do compromisso assumido na Declaração de Argyle para o Diálogo e a Paz, em particular do mandato conferido à Comissão Conjunta”, destacou Mauro Vieira, em pronunciamento.
A Comissão Conjunta de Chanceleres foi criada pela Declaração de Argyle para o Diálogo e a Paz entre Guiana e Venezuela, adotada em 14 de dezembro passado em São Vicente e Granadinas. O chanceler Mauro Vieira atuou, na reunião, como interlocutor e facilitador principal, ao lado do Embaixador Gareth Bynoe, de São Vicente e Granadinas, país em exercício da Presidência da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC). O encontro foi acompanhado por um representante da Organização das Nações Unidas (ONU).
O chanceler Mauro Vieira detalhou que a Guiana e a Venezuela apresentaram propostas de agenda para o trabalho da Comissão Conjunta, que serão analisadas, posteriormente, em uma nova reunião que poderá ser realizada no Brasil. “Comprometeram-se, reconhecidas as diferenças de lado a lado, a seguir dialogando com base nos parâmetros estabelecidos pela Declaração de Argyle. Ao nos depararmos com as guerras que conflagram diferentes partes do mundo, aprendemos a valorizar ainda mais a nossa cultura latino-americana e caribenha de solução pacífica de controvérsias, base da comunidade de interesses que nos une, em um ambiente livre de tensões geopolíticas de origem extrarregional”, declarou Mauro Vieira.
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