Quatro meses depois da Argentina decidir ingressar no Brics por decisão do então presidente Alberto Fernández, o recém-empossado Javier Milei reverteu a resolução. Em carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aos chefes dos outros quatro países que compõem o bloco na sexta-feira passada (22), Milei até indica interesse no fortalecimento das relações bilaterais, mas afirma que não considera ‘oportuna’ a entrada da Argentina no Brics.
“Algumas decisões tomadas pela gestão anterior serão revisadas. Entre elas está a criação de uma unidade para a participação ativa do país [Argentina] no Brics, segundo decisão do ex-presidente Alberto Fernández”, descreveu. “Não consideramos oportuna a incorporação da Argentina ao Brics como membro pleno”, acrescentou.
A retirada da Argentina do bloco era aguardada desde a vitória de Milei na eleição presidencial argentina, no mês passado. Logo após o triunfo, Diana Mondino, hoje ministra das Relações Exteriores, afirmou nas redes sociais que o governo de Milei recuaria da decisão de seu antecessor. “Não entraremos no Brics”, escreveu na ocasião.
Entrada no Brics. Em agosto, os cinco integrantes do Brics convidaram a Argentina e outras cinco nações a aderir à coalizão. Dois meses depois, o então mandatário argentino, Alberto Fernández, entregou à presidente do banco do Brics, Dilma Rousseff, uma carta solicitando a entrada do país na instituição. Na contramão, Milei expôs ao longo da disputa eleitoral que não daria continuidade ao processo se assumisse a presidência, o que se concretizou com a carta enviada no último 22 de dezembro para os membros do grupo.