A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem, padroeira da capital mineira, situada na região Centro-Sul de BH, pode se tornar oficialmente nesta quinta-feira (14) o marco zero da cidade.
O projeto de Lei que oficializa a igreja, inaugurada em 1923, como primeira edificação oficial de Belo Horizonte, é de autoria do vereador Sérgio Fernando Pinho Tavares (PL) e pode ser votado hoje, durante sessão marcada para as duas horas da tarde na Câmara Municipal.
A devoção à Nossa Senhora da Boa Viagem chegou através dos tropeiros, no século XVIII, à região então conhecida como “Curral Del Rey”. Uma pequena capela foi erguida pelos moradores da região, que pertencia geograficamente ao município de Sabará. Com a criação de Belo Horizonte em 1897, e da Arquidiocese da capital, em 1921, o templo foi reconstruído em formato gótico no cruzamento das Ruas Sergipe e Alagoas, nas proximidades da Avenida Afonso Pena.
Em entrevista à Itatiaia, Padre Marcelo Carlos da Silva, Reitor do Santuário Arquidiocesano da Santíssima Eucaristia e Igreja da Boa Viagem, afirmou que o projeto é um resgate histórico da capital.
“Nos últimos anos temos feito um trabalho de organização histórica da Igreja da Boa Viagem, isso por conta do centenário de inauguração da atual igreja, que foi abençoada em oito de dezembro de 1923, pelo primeiro Bispo de Belo Horizonte, Dom Cabral. Sem dúvida, é um presente para a capital nestes 126 anos de história”, concluiu.
Catedral antiga e cemitério de bispos
A Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem foi, por exatos 100 anos, a catedral de Belo Horizonte. O templo só perdeu o título em 11 de fevereiro de 2021, por ocasião da benção da nova sede, que fica no Bairro Juliana, lado Norte da cidade.
A antiga Catedral ainda guarda os restos mortais dos três primeiros Bispos de BH. Dom Antônio dos Santos Cabral (falecido em 1967), Dom João Resende Costa (falecido em 2007) e o Cardeal Dom Serafim Fernandes de Araújo (falecido em 2019).
