A comissão instalada para apurar a denúncia de quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), Gabriel Azevedo (sem partido), começa a tomar, nesta segunda-feira (6), os depoimentos das testemunhas apontadas por ele. Os primeiros inquiridos indicados por Gabriel a falar serão Guilherme de Souza Barcelos, que integra a equipe do gabinete da presidência do Legislativo, e os vereadores Henrique Braga (PSDB) e Irlan Melo (Patriota).
Barcelos, chamado de “Papagaio” nos corredores da Câmara de BH, vai depor às 9h. Às 10h, será a vez de Braga, enquanto Irlan falará às 11h.
A denúncia contra Gabriel
Na terça-feira (7), a comissão que investiga o caso vai conversar com os vereadores Sérgio Fernando Pinho Tavares (PL), Braulio Lara (Novo) e Cleiton Xavier (PMN), também indicados por Gabriel Azevedo.
O presidente da CMBH, aliás, terá a oportunidade de utilizar o microfone para se defender na quarta-feira (8). No mesmo dia, vai haver o depoimento de Fernanda Pereira Altoé (Novo), outra vereadora que será testemunha dele.
Bate-bocas e choro
Na semana passada, o comitê responsável por analisar o pedido de cassação coletou os depoimentos de testemunhas indicadas por Nely Aquino, responsável pela acusação. As sessões
Na quarta-feira (1°), houve um bate-boca entre Gabriel Azevedo e a relatora da denúncia, Professora Marli (PP). Ele acusou a colega de atuar de maneira parcial na condução do caso a fim de atender interesses de seu filho, o secretário de Estado de Casa Civil, Marcelo Aro (PP).
Em um dos momentos mais tensos da reunião desta quarta-feira (1º), Gabriel acusou a relatora da denúncia, vereadora Professora Marli (PP), de estar atuando de maneira parcial na condução do processo para atender ao interesse de seu filho, o secretário da Casa Civil,
“A defesa questiona a participação da professora Marli, porque eu compreendo, ela é mãe, como o filho dela, Marcelo Aro, é a pessoa que quer minha cassação, ela se exalta nesta cadeira. Uma relatoria tem que seguir a lei e as normas”, falou.
A relatora, então, rebateu as críticas e disse ter sido ironizada pela defesa do presidente da Câmara de BH.
“Não adianta Gabriel achar que eu sou imparcial. Eu sou mãe, graças a Deus, e aí? Quer tirar isso de mim? Mas eu fui sorteada (para a relatoria) e sou hoje a vereadora mais bem votada da Câmara. Exijo respeito de você e do seu advogado. Não vou aceitar mais você falar comigo em tom de deboche. Sou mulher, estou sofrendo violência política de gênero dentro da Câmara desde que fui sorteada relatora desse processo. Parem de rir e debochar de mim. Exijo respeito”, afirmou Marli. Gabriel, por sua vez, negou ter ironizado a vereadora.
A Itatiaia procurou a equipe de Gabriel para obter posicionamento a respeito do início dos depoimentos das testemunhas apontadas por ele. O parlamentar, no entanto, não vai tratar do assunto por ora.
O que acontece depois?
Após a Comissão Processante terminar de coletar as informações necessárias, Professora Marli vai divulgar um parecer a respeito do tema.
A última etapa do processo vai ocorrer em plenário, quando os 41 vereadores vão votar se Gabriel deve ser cassado ou não. A punição a ele ocorrerá caso ao menos 28 integrantes da Câmara de BH assim decidam.