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Gleisi Hoffmann insiste em críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto

Presidente do PT usou as redes sociais para atacar Roberto Campos Neto e o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco, na última semana

Presidente do PT, Gleisi Hoffmann, tornou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, nesta quinta-feira

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, tornou a criticar o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, em publicação feita nas redes sociais nesta quinta-feira (2). Nos últimos sete dias, a petista censurou as posições de Campos Neto em três ocasiões, e o grande tema dos comentários era a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que, nessa quarta-feira (1º), reduziu em meio ponto percentual a taxa de juros no país. Essa, aliás, foi a terceira queda sucessiva promovida pelo colegiado desde o início do governo Lula (PT), e a Selic chegou a 12,25%.

Nesta quinta, Gleisi escreveu: “que tal o Roberto Campos Neto? Cobrando meta fiscal do governo, mas quer aumento para os servidores do BC?”. A deputada federal se refere a duas diferentes situações na mensagem contrária ao presidente do Banco Central. Primeiro, ela cita o comunicado do Copom defendendo que a gestão de Lula se empenhe no cumprimento da meta fiscal proposta no arcabouço para zerar o déficit das contas públicas do próximo ano. O assunto se tornou uma polêmica no governo após o presidente brasileiro afirmar, na sexta-feira passada (27), que a meta ‘dificilmente’ seria cumprida, contrariando todas as declarações já feitas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

A segunda situação à que se refere Gleisi Hoffmann é o protesto de servidores do BC, que recebeu apoio de Campos Neto e de dois diretores da entidade indicados por Lula, Gabriel Galípolo e Ailton Aquino. Os funcionários do Banco Central exigem valorização de carreira e ameaçam uma greve se não for criado um bônus de produtividade, semelhante ao recebido pelos auditores fiscais.

Histórico de críticas. Quatro dias antes da reunião que decidiu o corte da Selic em meio ponto percentual, a presidente do PT atacou Campos Neto com críticas que giravam em torno do fato do presidente do Banco Central possuir fundos de investimento no exterior. Ela escreveu que a atividade desempenhada pelo economista na entidade de controle monetário é incompatível com a administração de fundos de investimento privados.

Depois da redução da taxa de juros, Gleisi voltou às redes sociais e o criticou novamente. “A redução da taxa Selic teria de ser necessariamente maior e mais rápida. Não faz o menor sentido o ritmo de conta-gotas que o BC de Campos Neto vem impondo nas reuniões do Copom. É muita irresponsabilidade com o país”, escreveu a petista.

Pacheco também sofreu ataques. Ativa nas redes sociais, Gleisi Hoffmann também não poupou o presidente do Congresso Nacional, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Na terça-feira (1º), ela o criticou pela tramitação do Projeto de Lei (PL) que obriga o governo a pagar emendas às comissões temáticas e afirmou que o Congresso tenta interferir no orçamento da União. Pacheco chegou a respondê-la e escreveu em nota divulgada à imprensa que não é autor ou relator do projeto discutido na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). “Reitero meu compromisso com a responsabilidade fiscal e o equilíbrio das contas públicas, o que passa, inclusive, pela limitação do fundo eleitoral e o aperfeiçoamento das ‘emendas Pix’, criadas pela deputada”, afirmou.

Repórter de política em Brasília. Na Itatiaia desde 2021, foi chefe de reportagem do portal e produziu série especial sobre alimentação escolar financiada pela Jeduca. Antes, repórter de Cidades em O Tempo. Formada em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais.