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Governo de MG diz que sem adesão ao plano de Zema reajuste para servidores fica mais difícil

Secretários da equipe econômica do governo Zema afirmaram que aumento para funcionalismo pode ficar mais difícil caso adesão ao Regime de Recuperação Fiscal não aconteça

Se o Regime de Recuperação Fiscal não for aprovado até o dia 20 de Dezembro, o governo de Minas pode ter ainda mais dificuldades para conceder reajuste para os servidores públicos do Estado. A declaração foi da secretária de Planejamento do Governo Zema, Luisa Barreto.

O RRF é apontado pelo Estado como a única forma de equilibrar a dívida de 160 bilhões de reais do Estado com a União.

Luísa Barreto ressaltou que se o Regime não for aprovado, o Estado terá uma despesa adicional de R$ 14 bilhões já no ano que vem.

“Hoje nós temos uma situação fiscal delicada, que pode implicar, no caso de não adesão ao RRF, em uma despesa adicional de R$ 14 bilhões. Quando falo de R$ 14 bilhões, estou falando de 3 folhas de pagamento só de despesas adicionais. Para avançarmos é preciso ter melhores condições financeiras. Se tenho uma situação nova, uma despesa adicional de pagamento de dívida, será um impeditivo para avançar. A adesão ao RRF não traz prejuízo à carreira dos servidores, não traz perda de direitos, nada disso”, afirmou a secretária.

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A declaração da Secretária aconteceu após a participação dela em uma audiência pública que reuniu deputados de três comissões da Assembleia Legislativa de Minas na tarde de terça-feira (24) e que lotou os corredores do legislativo de servidores públicos que protestam contra o Regime, que segundo eles, iria prejudicar o funcionalismo público mineiro.

Além de Luisa Barreto, o Secretário de Governo, Gustavo Valadares, do PMN, e o Secretário de Fazenda, Gustavo Barbosa, também da sessão, que o Governo, seria para apresentar detalhes do programa e tirar dúvidas dos parlamentares.

O Secretário de Fazenda, Gustavo Barbosa, também reconheceu as limitações do caixa do Estado e ressaltou que o Regime de Recuperação não vai tirar direitos dos servidores, e sim, garanti-los.

“O RRF não é definidor das revisões gerais (para o salário dos servidores) apresentadas nele. O que define isso é o caixa do estado. Se tem dinheiro para dar reajuste todos os anos, teria dado. A questão é única e exclusivamente de limitação financeira. Não é pelo regime de recuperação. Não vai se mexer na carreira dos servidores, não tem reforma administrativa ou previdenciária, nada disso”, afirmou Barbosa.

Críticas da oposição

O líder da oposição, Ulysses Gomes, do PT, afirma que o a gestão Zema quer que os servidores paguem a conta da dívida do Estado.

“O que estamos vendo é uma Minas endividada e quebrada. A própria secretária de Planejamento diz que o estado está absolutamente desequilibrado em suas contas. Então, dizer que o estado está nos trilhos é uma mentira”, afirmou Gomes.

A reação do funcionalismo público foi imediata. A coordenadora-geral do Sindicato dos Profissionais da Educação, Denise Romano, diz que já estão convocando uma greve geral.

“Dia 7 de novembro é um dia de greve geral no estado de Minas Gerais. A educação, saúde, Cemig, Copasa, todos vão parar. O plano de recuperação fiscal significa a destruição dos serviços públicos no estado”, afirmou Romano.

Mesmo aderindo ao Regime de Recuperação Fiscal, o Governo de Minas projeta que em 2032 a dívida do Estado da União será 210 bilhões de reais.

Repórter de política na Rádio Itatiaia. Começou no rádio comunitário aos 14 anos. Graduou-se em jornalismo pela PUC Minas. No rádio, teve passagens pela Alvorada FM, BandNews FM e CBN, no Grupo Globo. No Grupo Bandeirantes, ocupou vários cargos até chegar às funções de âncora e coordenador de redação na BandNews FM BH. Na televisão, participava diariamente da TV Band Minas e do BandNews TV. Vencedor de 8 prêmios de jornalismo. Já foi eleito pelo Portal dos Jornalistas um dos 50 profissionais mais premiados do Brasil.
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