O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes revogou a liberdade provisória e decretou nova prisão preventiva para Marcos Soares Moreira, réu que permaneceu quatro meses encarcerado no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, por participação nos atos antidemocráticos do 8 de janeiro.
O empresário do Espírito Santo saiu da cadeia em maio após determinação do ministro Alexandre de Moraes, mas voltou à prisão nessa sexta-feira (22) após descumprir medida cautelar e publicar vídeo no TikTok xingando e ameaçando os membros da Corte Suprema — os ataques eram dirigidos, inclusive, a Moraes e à presidente Rosa Weber. “Bandidos, criminosos, canalhas, corruptos. Vai chegar a hora de vocês”, ameaçou após citar nominalmente os dois ministros.
“Pode mandar vir para cima de mim. O que eu tenho hoje não significa mais nada para mim. Vocês me tiraram tudo. Hoje eu não tenho prazer de comer, não tenho prazer de tomar um banho e passar perfume. Hoje eu não tenho libido sexual, não tenho desejo de orar”, afirmou na gravação que se arrasta por cerca de dois minutos.
O empresário e modelo capixaba também repete informações mentirosas que circulam nas redes sociais e chega a alegar que os ministros do Supremo Tribunal Federal mantêm relações com integrantes da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) — boato amplamente desmentido.
Moreira encerra a gravação desafiando o STF a prendê-lo novamente, o que de fato aconteceu. No mandado de prisão expedido na última quarta-feira (20) e enviado à Polícia Federal (PF) para cumprimento, o ministro Alexandre de Moraes cita que o réu, ciente da proibição do uso de redes sociais, decidiu infringir a medida cautelar ‘demonstrando total desprezo pela Justiça’, escreveu. A decisão foi publicada apenas nessa sexta-feira, após o cumprimento da prisão de Moreira.