O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse nesta sexta-feira (22) que o estado terá “seríssimas dificuldades” caso o projeto de lei que retoma uma cobrança adicional do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) não seja aprovado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
O texto quer retomar uma cobrança adicional de dois pontos percentuais no imposto sobre uma série de produtos considerados “supérfluos”. Entre eles estão bebidas alcoólicas, produtos de higiene, cosméticos e até rações para animais domésticos.
A tributação vigorou até o ano passado, mas não foi renovada. Neste ano, no entanto, Zema apresentou uma nova proposta para que a tributação sobre produtos supérfluos se torne permanente.
Em entrevista concedida nesta sexta-feira, na Cidade Administrativa, o governador voltou a ressaltar que o imposto era cobrado até o fim do ano passado e que, quando ele assumiu o mandato, em 2019, a cobrança majorada já existia.
Leia também:
Entidades empresariais disparam contra projeto de Zema que aumenta ICMS de bens supérfluos
Luisa Mell critica Romeu Zema por projeto que pode aumentar ICMS para ração de animais
Líder de Zema na Assembleia prevê aprovação de projeto que aumenta ICMS até o fim do mês
“Essa cobrança [do ICMS adicional] foi realizada durante muitos anos, incluindo durante toda a minha primeira gestão, já herdei assim. E, mesmo com essa cobrança no passado, o estado pagava fornecedores e funcionalismo com atraso”, diz Zema ao se recordar de uma situação vivida pelos servidores durante o governo de Fernando Pimentel (PT), que o antecedeu.
O projeto tem sido alvo de críticas de entidades empresariais, setores da sociedade civil, da oposição a Zema na Assembleia e até de parte da base de apoio do governo. Nesta quinta-feira (21), representantes da Fecomércio Minas entregaram um ofício ao líder do governo Zema no Legislativo, deputado João Magalhães (MDB) pedindo o arquivamento definitivo da proposta.
Já o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, gravou um vídeo em que vislumbra outros caminhos para a proposta - como um prazo para que a cobrança vigore e até a retirada de alguns produtos da lista de “bens supérfluos”.
‘Seríssimas dificuldades’
Para Zema, no entanto, o estado terá “seríssimas dificuldades” caso a proposta não seja aprovada pelos deputados.
“Sei que há pleitos e os respeito e tenho certeza que os deputados tomarão uma decisão que atenda a necessidade da população e não inviabilizem o fluxo de caixa do estado. Caso contrário, teremos seríssimas dificuldades”, afirma.
Pelas contas do Governo de Minas, com a cobrança adicional, os cofres estaduais seriam reforçados com algo em torno de R$ 800 milhões a R$ 1,2 bilhão anuais.
Até o momento, o texto de autoria do próprio governador já recebeu 15 emendas e quase 40 substitutivos - que são textos novos que substituiriam o original. O projeto será analisado pela Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO) na próxima segunda-feira (25).