O deputado Ricardo Salles (PL-SP) é alvo de ataques de parlamentares governistas na sessão desta terça-feira (29) da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as invasões do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) nos primeiros meses do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nessa segunda-feira (29), a 4ª Vara Federal Criminal do Pará acatou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra Salles.
O deputado e relator da CPI foi denunciado por crimes relacionados a corrupção, financiamento ou integração de organização criminosa e delitos contra a Flora no âmbito da investigação que analisa exportação de madeira ilegal. Além dele, outras 21 pessoas são alvo da mesma investigação.
A deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP) abriu a sessão apresentando uma questão de ordem contra a permanência de Salles à frente da relatoria da CPI do MST diante da conjuntura de investigações contra o colega parlamentar. O presidente da comissão, deputado Zucco (Republicanos-RS), negou a solicitação. As declarações de Sâmia Bomfim levantaram discussões entre governistas e oposição e gerou mal-estar com o colega Eder Mauro (PL-PA).
Minutos depois dos ânimos se acalmarem, a deputada Sâmia Bomfim tornou a criticar Ricardo Salles e afirmou que o colega arrisca ser preso em breve. “Os crimes [de Ricardo Salles] são tantos que tem mensagens mostrando pagamento de vantagem indevida. O nome disso é corrupção. Ele ganhou dinheiro para fraudar documentos para autorizar a exportação de madeira”, disparou. “Teve também ameaça de morte contra trabalhadores do Ministério do Meio Ambiente. Teve também a exoneração de servidores empenhados em reprimir os crimes ilícitos”, acrescentou. O ex-ministro do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não respondeu.