Um áudio entregue por Walter Delgatti Neto e sua defesa à Polícia Federal revela explicações sobre um suposto esquema de pagamento ao hacker por serviços realizados durante a campanha eleitoral do ano passado.
A gravação foi entregue na última sexta-feira (18 ) aos investigadores e a CNN teve acesso à íntegra do conteúdo.
Na mensagem, encaminhada por aplicativo de mensagem, uma mulher não identificada menciona uma “pagamento por proposta. De acordo com Walter Delgatti, ela seria assessora da deputada Carla Zambelli (PL-SP).
“Oi, Walter. Só para te dar um alô e dizer que hoje à tarde ainda eu te ligo pra gente trocar ideia sobre o pagamento e sobre essa tua proposta, tá? A gente tá no corre da campanha, aqui na rua e tal, e acontece que às vezes não dá tempo de eu te ligar, tá bom? Mas à tarde eu pretendo fazer isso pra gente conversar um pouquinho mais, tá bom? Obrigada, um abraço”- afirma a mulher na mensagem.
A gravação, cujo conteúdo foi revelado nesta segunda-feira (21) pela âncora Raquel Landim, não revela a razão do pagamento nem mesmo qual seria o serviço. No entanto, o conteúdo é um dos trunfos usados pelo hacker para comprovar que teria sido recrutado para participar de um plano para gerar dúvidas sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas.
Delgatti Neto afirmou aos parlamentares da CPMI do 8 de janeiro e à Polícia Federal que teria recebido R$ 40 mil de assessores da deputada Carla Zambelli. A ação teria o aval do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e envolveria até um grampo no ministro Alexandre de
Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
O hacker, que ficou conhecido por vazar conversas de autoridades durante a Lava Jato, também apontou outra assessora – até então desconhecida da PF – como uma intermediária dos serviços feitos por ele.
Procurada, a defesa de Carla Zambelli disse que não teve acesso a nenhum áudio. A defesa de Bolsonaro afirmou que entrará com uma queixa-crime contra o hacker.
