Marcelo Aro: ‘Divergências ideológicas com governo Lula não impediram acordo por obras do PAC’

O secretário de Estado de Casa Civil do governo de Minas, Marcelo Aro (PP), afirmou em entrevista à Itatiaia, que as divergências ideológicas entre o governador Romeu Zema (Novo) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não impediram o diálogo e o entendimento sobre as obras de Minas Gerais incluídas no novo PAC.

Ao logo do primeiro semestre deste ano, Zema fez duras críticas ao governo Lula, como por exemplo sobre as mudanças no marco do saneamento e na tentativa do governo de alterar a lei das estatais. O governador mineiro também foi alvo de ataques e ironias de ministros petistas por declarações sobre a necessidade de “protagonismo” do Consórcio Sul Sudeste.

“De fato, nós temos divergências ideológicas com o governo federal, não escondemos isso. Estamos de um lado ideológico diferente e fomos oposição ao governo atual na eleição. Mas, tanto nós quanto eles, ganhamos as eleições. E dou meu testemunho que, desde que nós assumimos, a relação (entre governo Zema e governo Lula) tem sido republicana e institucional. Dentro do governo federal tem muita gente boa e honesta, que busca fazer o que é o certo”, afirmou Marcelo Aro.

“Eu acredito que, se o governo federal anunciou que vai fazer e que serão dados os passos necessários para a resolução dos problemas, confio que vai acontecer. Obviamente vamos ficar atentos, fiscalizar e cobrar. Mas não posso ser pessimista. Anunciou, então vamos em frente”

Metrô de BH

Questionado sobre a tentativa da bancada do PT de Minas de impedir a concessão do metrô de BH - pedido que não foi aceito pelo presidente Lula -, Aro ressaltou que o núcleo decisório do governo federal não atendeu ao pedido e manteve o processo junto à iniciativa privada.

“Em qualquer grupo de pessoas, tem pessoas boas e ruins. Tem pessoas bem intencionadas e má intencionadas. Então, no governo federal tem muita gente bem intencionada, senão eles não acatariam os projetos que sugerimos. Sorte nossa que as pessoas más intencionadas não participam dos núcleos decisórios”, concluiu Aro.

“Pode ter deputados que sejam contra (concessão do metrô), mas a bancada do PT e as lideranças do PT foram sensíveis ao entendimento do governo. Certamente eles conversaram e, no frigir dos ovos, temos a decisão do governo federal de acatar e avançar com a concessão do metrô, o que nos deixa muito felizes. E quem for contrário, nós estamos à disposição para esclarecer o projeto”, disse o secretário.