Relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga invasões do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) no governo Lula (PT),
Na última sexta-feira (11), Zucco, Ricardo Salles e o vice-presidente da CPI, delegado Fabio Costa (PP-AL), lideraram diligências em assentamentos do MST em Alagoas. Em publicação nas redes sociais, o parlamentar Fabio Costa declarou ter encontrado irregularidades nos acampamentos. “Tudo o que foi apurado nessa diligência será documentado e apresentado na CPI da Câmara dos Deputados para que os responsáveis pelos possíveis crimes sejam punidos”, escreveu. O presidente Zucco reiterou o alerta do colega e afirmou haver indícios de que o Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Itera) patrocina o MST. “Notas fiscais recolhidas em Maceió mostram gastos com lonas, refeições e ônibus para acampados que participam de ‘manifestações’”, publicou.
Manobra partidária do Centrão, fim antecipado da CPI e mal-estar na comissão
O mal-estar na comissão entre oposição e o Palácio do Planalto começou na última terça-feira (8) com a retirada de dois deputados do MDB contrários à ala governista da CPI do MST. No dia seguinte, quarta-feira (9), data para a qual estava marcado o depoimento de Rui Costa, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anulou o requerimento que determinava a convocação e livrou o chefe da Casa Civil de ir à comissão. Em seguida, mais cinco deputados alinhados à oposição foram retirados da CPI.
Perguntado se a comissão estaria enfraquecida com as mudanças, Ricardo Salles criticou o movimento do governo. “Sem dúvida está [enfraquecida. Quando o governo manobra para pressionar os partidos que querem cargos no governo e tira deputados que apoiam a CPI para colocar os que querem obstruí-la, evidentemente ela enfraquece”, afirmou após a sessão desta quinta.
Na última quarta-feira, Salles já havia informado o desejo de não protocolar requerimento pela prorrogação da CPI por 60 dias. No dia seguinte, quinta-feira (10), ele avançou e indicou que os trabalhos devem ser encerrados nos próximos dias. “Nós decidimos diante das manobras não prorrogar a CPI”, declarou. “Para além de não prorrogar, consideramos firmemente a hipótese de entregar o relatório na próxima semana com as informações coletadas. Nós não temos mais condições de atuar para buscar a verdade. Não faremos teatro na CPI”, acrescenta. “Ouviremos o Stédile [João Pedro Stédile, liderança do MST) na terça-feira [15 de agosto] e entregar o relatório na própria terça ou na quarta-feira”, crava.