Ouvindo...

Presidente do PDT de Minas afirma que sigla pedirá cassação do mandato do presidente da CMBH

Encontro regional do PDT teve discursos sobre defesa da democracia, mais espaço para as mulheres na política e respeito às instituições do país

Encontro do PDT neste sábado

O presidente estadual do PDT, deputado Mario Heringer, afirmou neste sábado (5), durante encontro da sigla na capital mineira, que a legenda pedirá a cassação do mandato do vereador Gabriel Azevedo (sem partido), presidente da Câmara de BH.

Veja mais:

“Sem mágoa ou raiva nenhuma, vamos aos trabalhos em defesa do nosso partido e dos nossos vereadores. Cobraremos a cessação do mandato dele (Gabriel) e soube que ele fez uma afirmação mentirosa sobre mim, também vou acioná-lo judicialmente. No que tange a agressão aos nossos vereadores cabe um pedido de cessação no Conselho de Ética da Câmara”, afirmou Heringer.

Na quinta-feira (3), durante uma audiência pública para discutir o futuro do aeroporto Carlos Prates, o clima azedou entre Gabriel e os vereadores do PDT, que reclamaram do tom usado pelo presidente da Câmara contra o secretário de Governo da PBH, Josué Valadão.

“Fiquei estupefato com o comportamento de um vereador que pretende ser líder de algum segmento. Aquela maneira de tratar as pessoas não tem a mínima civilidade. Ele (Gabriel) fez um ataque desproporcional, desmedido e desequilibrado. Nós não vamos ficar inertes. Ele não pode chamar o PDT de puxadinho, não pode chamar nosso vereador de ‘resto de ontem’. Vamos tomar as medidas necessárias”, afirmou Heringer.

O vereador Wagner Ferreira (PDT), vice-líder do governo na Câmara, esteve na audiência turbulenta e afirmou que o partido vai “responder de forma enfática” às críticas de Gabriel Azevedo.

“Uma semana muito triste, com o presidente da Câmara cada vez mais agressivo com vereadores e com outras autoridades. O PDT reagiu de forma enfática e hoje, no nosso encontro, com nosso presidente estadual, o departamento jurídico está colhendo todas as informações para tomar a melhor ação possível”, afirmou Ferreira.

A deputada federal Duda Salabert (PDT) também se manifestou contra as críticas de Gabriel Azevedo: “Minha preocupação nunca é na esfera pessoal e individual, mas sempre do ponto de vista institucional. Então, quem diz respeitar a democracia, deve primeiro respeitar as instituições. Quem se diz liberal, a base do liberalismo é o respeito às instituições. Então, como vice-presidente nacional do partido, não posso deixar o partido e os parlamentares do PDT serem agredidos”, disse Duda.

Exemplo de Ciro Gomes

Em entrevista à Itatiaia, o presidente da Câmara de BH, Gabriel Azevedo, afirmou que não será calado pelo PDT e que expressões como “lambe-botas”, como ele utilizou durante a audiência na quinta-feira, já foram usadas por nomes fortes do PDT, como o ex-ministro Ciro Gomes.

“Querer calar o parlamento é postura que o Brasil tinha durante o Estado Novo, de 1937 a 1945. Conheço bem as prerrogativas de um mandato parlamentar. A expressão “lambe-botas”, que utilizei, foi também utilizada por Ciro Gomes na Convenção Nacional do PDT. O prefeito Fuad Noman poderia parar de usar intermediários e contar para todo mundo que minha presença na Câmara Municipal, fazendo o que um vereador tem de fazer, fiscalizar, legislar e representar, o incomoda muito. Isso vai continuar independente de ameaças de seus “lambe-botas” que acham que podem me calar. Estamos numa democracia e não numa ditadura”, afirmou Gabriel.

Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.