O ex-líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) José Rainha prestará depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga invasões do grupo após o início do governo Lula (PT) nesta quinta-feira (3), na Câmara dos Deputados.
A oitiva está entre as mais aguardadas pelos deputados de oposição, com presença predominante na CPI. Na terça-feira (1º), o ministro Luiz Fux do Supremo Tribunal Federal (STF) negou o pedido de José Rainha para não ser obrigado a ir à CPI do MST. Contudo, o ex-líder do movimento poderá permanecer em silêncio e será acompanhado por um advogado na audiência.
Quem é José Rainha?
Atual líder da Frente Nacional de Luta, Campo e Cidade (FNL), José Rainha liderou o MST entre 1985 e 2007 e deixou o grupo por divergências políticas com outros coordenadores. Sete anos depois, ingressou na FNL e se tornou um dos principais ativistas do movimento social, no qual permanece nos últimos nove anos.
Rainha deporá à CPI do MST após requerimentos dos deputados Kim Kataguiri (União-SP), Rodolfo Nogueira (PL-MS) e Evair Vieira de Melo (PP-ES). A convocação aconteceu no mês passado sob a justificativa de que o militante deverá prestar esclarecimentos sobre a estrutura do MST e a atuação na Frente Nacional de Luta e sobre as ações de ocupações de terra no país.
O ativista é o principal alvo de Kataguiri. No requerimento de convocação, o deputado alegou que quer obter respostas de José Rainha sobre as invasões recentes ocorridas em São Paulo. “Eles [José Rainha, Luciano de Lima e Cláudio Ribeiro, lideranças da Frente Nacional de Lutas] foram acusados de praticar extorsões contra produtores de terras invadidas na região de Presidente Prudente”, escreveu o parlamentar. “José Rainha teria iniciado as negociações com as vítimas, exigindo vantagens econômicas de forma indevida e ilícita, ameaçando impedir a colheita de suas lavouras caso não pagassem”, acrescentou.
O deputado Evair Vieira de Melo somou à lista de argumentos para a convocação de José Rainha a alegação de que o militante poderia explicar sobre o funcionamento do MST. “A convocação visa obter explicações detalhadas sobre suas ações e decisões”, indicou.
