Forças políticas de Minas Gerais vão começar uma articulação em prol de uma reunião para reivindicar, ao ministro da Educação, Camilo Santana (PT-CE), a criação de uma universidade federal no Vale do Aço. Uma das ideias é utilizar parte dos recursos advindos do acordo de Mariana para bancar a nova instituição de ensino.
Nessa segunda-feira (10), o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) disse, a políticos e educadores das cidades que circundam Ipatinga, que vai tentar viabilizar uma agenda com Santana. A ideia é que uma comitiva do Vale do Aço vá a Brasília (DF) levar ao ministro o pedido por uma universidade federal.
O plano por uma reunião com Camilo Santana surgiu em uma audiência da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O debate, convocado pela deputada Beatriz Cerqueira (PT), tratou, justamente, da necessidade de ampliar a oferta de cursos superiores no Vale do Aço.
“Há a determinação do presidente Lula de voltar com a implantação de novas universidades e institutos federais, mas é claro que isso depende de recursos”, disse Rogério Correia.
Acordo de Mariana
O eventual uso de recursos do acordo de Mariana em uma universidade no Vale do Aço está atrelado à busca, dos governos de Minas Gerais e Espírito Santo, por uma indenização pelo rompimento da barragem de Fundão, em 2015. O derramamento de lama fez 19 mortos e destruiu o distrito marianense de Bento Rodrigues.
Os estados querem que as mineradoras Vale, BHP Billiton e Samarco, responsáveis pela barragem, concedam reparação financeira pelas perdas socioambientais ligadas à tragédia.
A equipe do governador Romeu Zema (Novo) quer que os termos do acordo
No fim do mês passado, o vice-governador Mateus Simões (Novo) afirmou que havia condições suficientes para encerrar as conversas no fim do ano,
“Me parece que neste momento, seis meses depois, os integrantes do governo federal já têm condições de participar do debate de repactuação do acordo de Mariana. É inadmissível que Brumadinho, que aconteceu quase cinco anos depois, já esteja sendo reparada com obras em execução, enquanto Mariana continua sofrendo com a falta de uma reparação efetiva”, afirmou, no fim do mês passado.