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CPMI do 8/1 avalia pedido de bolsonaristas para convocação de fotógrafo da Reuters

Oito parlamentares ingressaram com requerimentos para que a CPMI avalie a convocação ou não do fotógrafo Adriano Machado para prestar depoimento

CPMI do 8 de janeiro ouvirá tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, nesta terça-feira

Oito parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pedem à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) a convocação do repórter fotográfico Adriano Machado, da agência de notícias Reuters, para prestar depoimento no âmbito da investigação sobre os atos antidemocráticos do último 8 de janeiro. Cinco dos pedidos feitos são assinados por membros do Partido Liberal (PL), sigla à qual pertence Bolsonaro, e os três restantes também pertencem a apoiadores.

Adriano Machado aparece em imagens do circuito interno do Palácio do Planalto, em Brasília, fotografando o ataque dos vândalos à sede da presidência da República. Os senadores Marcos do Val (Podemos-ES) e Magno Malta (PL-ES) solicitam em seus requerimentos que o fotógrafo seja ouvido na condição de testemunha para indicar o que ocorreu, na perspectiva dele, na ocasião dos atos antidemocráticos.

À contramão, os deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Marco Feliciano (PL-SP), Delegado Ramagem (PL-RJ) e Nikolas Ferreira (PL-MG) e os senadores Izalci Lucas (PSDB-DF) e Magno Malta (PL-ES) são mais enfáticos e alegam que o fotógrafo teria agido de forma ‘peculiar’ em relação aos vândalos.

Bolsonaro e Girão chegam a garantir que o repórter teria contado com a colaboração dos manifestantes. “Ele (Adriano Machado) aparece em companhia de manifestantes fazendo fotos flagrantemente planejadas e coreografadas no interior do Palácio do Planalto”, escreveu Girão.

A aprovação ou não dos requerimentos deve ser decidida na manhã de terça-feira (11), durante sessão da CPMI no Senado.

“Alegações descabidas”

A presidência da República disparou uma nota em maio manifestando apoio ao repórter fotográfico. O Planalto indicou que as alegações contra ele são ‘totalmente descabidas’ e indicou que cobrir os ataques aos prédios públicos no último 8 de janeiro é ato intrínseco à profissão. “Vale destacar que o profissional da Reuters não foi o único fotojornalista a registrar as cenas que, aliás, foram transmitidas ao vivo por todas as redes sociais”, publicou a Secretaria de Comunicação Social.

“Portanto, não procede a informação de que o fotógrafo seria um infiltrado e estivesse no Planalto antes dos ataques”, concluiu.

Repórter de política em Brasília. Na Itatiaia desde 2021, foi chefe de reportagem do portal e produziu série especial sobre alimentação escolar financiada pela Jeduca. Antes, repórter de Cidades em O Tempo. Formada em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais.