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‘Vocês não ouviram falar em MST no meu governo’, diz Bolsonaro à Itatiaia

Ex-presidente concede entrevista exclusiva nesta sexta-feira (30) e comentou relação com o setor agrícola

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, nesta sexta-feira (30), que a opinião pública “não ouviu falar” em invasões do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) durante seu governo. Em entrevista exclusiva à Itatiaia, Bolsonaro afirmou ter se pautado por uma política de distribuição de títulos de terra.

“Botamos um ponto final nas invasões do MST. Vocês não ouviram falar em MST no meu governo. Até cito números aproximados. No governo Fernando Henrique (Cardoso), era uma invasão por dia. No governo Lula, lá atrás, eram 20 por mês. No meu, passou a ser meia dúzia por ano. Implementamos e potencializamos uma política de Michel Temer, que foi de titular terras pelo Brasil. Quem tinha posse, demos título. Aproximadamente, 420 mil títulos — e, 80% deles, foram para mulheres”, falou.

Bolsonaro disse, ainda, que houve diminuição em “quase um terço” do número de mortes por armas de fogo entre o fim de 2018 e 2022. Ao tratar do tema, ele também citou as áreas rurais do Brasil.

“(Para) o homem do campo que podia ter sua arma como posse para usar apenas sob o teto da residência, aprovamos, no Parlamento, o porte estendido. Ou seja: o fazendeiro podia estar no cavalo, no carro, na bicicleta ou a pé e andar armado por toda a extensão de sua propriedade”, pontuou.

O ex-presidente, que vive um dia decisivo em virtude do julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que pode torná-lo inelegível, disse ter suprido “gargalos” dos produtores agrícolas, como a necessidade do asfaltamento de estradas.

“Reduzimos, e muito, o número de autuações no campo. Existia uma indústria de multas para o homem do campo. Botamos um ponto final nisso. Multa tem de existir, mas nos critérios definidos em lei”, completou.

Homenagem a Paolinelli

Bolsonaro está em Belo Horizonte para ir ao enterro de Alysson Paolinelli, ministro da Agricultura entre 1974 e 1979. Segundo o capitão reformado, Paolinelli “revolucionou” o agro brasileiro.

“É um homem que nos orgulha. Naquela época, o Brasil importava alimentos. Hoje, somos um dos maiores exportadores de alimentos do mundo. Sempre tive excelente relacionamento com o pessoal do agro, do agronegócio e da agricultura familiar. Cancelei meus compromissos porque a despedida desse grande brasileiro é muito importante para todos nós”, encerrou.

Graduado em Jornalismo, é repórter de Política na Itatiaia. Antes, foi repórter especial do Estado de Minas e participante do podcast de Política do Portal Uai. Tem passagem, também, pelo Superesportes.
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