O evento “Imersão na Indústria 2023", que começou nesta segunda-feira (10) e vai até a próxima quinta (13), debate temas importantes como direito empresarial, meio ambiente, economia e desenvolvimento sustentável.
Nesta terça, o tema “reforma tributária” ganhou destaque na abertura do evento que contou com a presença do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), do presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, e do vice-presidente da Itatiaia e deputado estadual, João Vitor Xavier (Cidadania).
Na abertura, Zema afirmou que a indústria perdeu espaço nos últimos 40 anos na economia brasileira e que, um dos motivos dessa diminuição da indústria, segundo ele, é a alta e complexa carga tributária paga pelos empresários. Zema usou a expressão “bota de chumbo” para se referir ao tema, já que a carga tributária dificultaria o bom andamento da indústria.
“Aqui em Minas, eu gostaria de ter eliminado essa ‘bota de chumbo’. Acho que não eliminei não e acho que não vou conseguir eliminar porque imposto sempre vai existir. Mas, se cada ‘bota’ pesava cinco quilos, eu penso que, hoje, já pesa quatro. Não deixa de ser um avanço”, afirmou.
“E o problema da indústria, é que ela corre uma maratona com a ‘bota de chumbo’. O agronegócio corre três quilômetros só. Então, a indústria no Brasil é muito mais penalizada porque, para você produzir um carro você tem de minerar, tem que beneficiar esse minério, tem que ir para a indústria siderúrgica, tem uma série de etapas para chegar em um carro pronto. E a reforma tributária está vindo exatamente neste contexto. Se nós substituirmos ISS, ICMS, IPI, PIS/Cofins por um IVA [Imposto sobre Valor Agregado] ou IBS [Imposto sobre Bens e Serviços], o nome é detalhe, já é uma simplificação brutal”, opinou.
O presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, falou sobre a importância da reforma tributária brasileira que está sendo tratada como prioridade nos governos Zema e Lula.
“A reforma tributária fundamental e tem 30 anos que ela vem sendo discutida no país. Nós entendemos que ela está madura, é importante que haja algumas garantias, como um limitador para que as pessoas não tenham que pagar mais tributo que pagam hoje. Mas a reforma é fundamental para simplificar e transformar o tributo em algo que seja palatável tanto para as empresas como para o cidadão. Hoje, de fato, ninguém entende tudo a respeito do tributo no Brasil. São milhares de leis, regulamentos, administrando dezenas de tributos que, na prática infernizam o dia a dia da empresa e do cidadão”, afirmou.
ESG na indústria e na sociedade
O vice-presidente da Itatiaia e deputado estadual João Vitor Xavier (Cidadania), responsável por mediar o debate de abertura, destaca a importância de um evento tratar de temas como estes.
"É muito importante que a Fiemg se coloque na vanguarda da discussão de processos como esse do ESG. Às vezes, o cidadão comum não entende o que é, mas nada mais é do que um desenvolvimento sustentável pensando nas próximas gerações. Em como gerar riqueza, emprego, renda, como distribuir e como deixar um legado ambiental, social e cultural nas novas gerações. Isso está muito presente, hoje, nas empresas, no mercado, e é importante ver uma entidade como a Fiemg pensando nisso, colocando em prática e fortalecendo isso nas indústrias. Não faz sentido ter dinheiro e riqueza se isso não servir para construir uma sociedade melhor para nossos filhos e netos. A gente precisa construir esse ambiente produtivo para as próximas gerações”, concluiu.