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Chamado de ‘golpista’ por Lula, Temer rebate: ‘pés no palanque e olhos no retrovisor’

Ex-presidente disse que país não foi vítima de golpe e defendeu números de seu governo, que sucedeu Dilma após impeachment

O ex-presidente Michel Temer (MDB) se manifestou nesta quarta-feira (25), em uma rede social, depois de ter sido chamado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de “golpista” durante um evento no Uruguai.

Temer compartilhou uma foto em que conversa ao pé do ouvido com Lula e disse que o atual chefe do Executivo federal “parece insistir em manter os pés no palanque e os olhos no retrovisor, agora tentando reescrever a história por meio de narrativas ideológicas”.

O ex-presidente disse que o país “não foi vítima de golpe algum”. “Foi na verdade aplicada a pena prevista para quem infringe a Constituição”, afirmou ao se referir ao processo de impeachment sofrido pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT), acusada de “pedaladas fiscais” durante o seu segundo mandato. Temer era vice de Dilma e é acusado de costurar o processo de impedimento junto ao Congresso Nacional.

No Uruguai para uma reunião bilateral com o presidente Luis Lacalle Pou, além de chamar Temer de “golpista”, Lula também disse que o emedebista e o sucessor, Jair Bolsonaro (PL) deixaram o país “semidestruído”.

“Estamos vivendo uma década diferente. Eu herdei um país semidestruído, quando deixamos a presidência, o Brasil era a sexta economia do mundo. Voltamos agora e o Brasil é a 13º economia do mundo. Isso é um desafio que não me deixa triste”, afirmou o petista, que completou:

“Significa que quase tudo que nós fizemos de benefício social em 13 anos de governo, foi destruído em seis anos. Ou melhor, em sete, três do golpista Michel Temer e quatro do governo Bolsonaro”, afirmou o presidente brasileiro.

Em um fio compartilhado no Twitter, Temer defendeu seu governo.

“Destruí um PIB negativo de 5% para positivo de 1,8%; inflação de dois dígitos para 2,75%; juros de 14,25 para 6,5%; queda do desemprego ao longo do tempo de 13% para 8% graças a reforma trabalhista; recuperação da Petrobras e demais estatais graças a Lei das Estatais; destruí a Bolsa de Valores que cresceu de 45 mil pontos para 85 mil pontos”, disse Temer.

“Cometi a destruição de elevar o recorde na produção de grãos, nas exportações e na balança comercial. Como se vê, com a nossa chegada ao governo o Brasil não sofreu um golpe institucional, foi sim “vítima” de um Golpe de Sorte”, defendeu-se.

Por fim, Temer ainda fez uma “recomendação” a Lula.

“Recomendo ao presidente Lula que governe olhando para a frente, defendendo a verdade, praticando a harmonia e pregando a paz”, encerrou.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.
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