A economista Elena Landau avaliou que o
“O discurso surpreendeu todo mundo. Mesmo as pessoas que, como eu, declararam voto contra Bolsonaro no segundo turno, não tinham muita expectativa de que o programa econômico do PT fosse muito diferente do que ele havia prometido na campanha, esse discurso de hoje pegou de surpresa. A forma de fazer um discurso de improviso no lançamento da transição, um discurso do PT voltado para o PT, e um PT antigo, o PT da Dilma. Como se o mundo não tivesse passado, se os aprendizados não tivessem acontecido, como se os gastos irresponsáveis não tivessem gerado a recessão de 2015 e 2016, com perda de renda per capita, desemprego e inflação. Foi muito assustador”, afirmou Landau, em entrevista para a CNN.
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Em discurso para aliados e integrantes da equipe de transição na quinta-feira (10), Lula afirmou que o país não deve concentrar o debate econômico em temas como a estabilidade fiscal e que o governo precisa aumentar gastos em programas sociais.
“Por que as pessoas são levadas a sofrerem por conta de garantir a tal da estabilidade fiscal nesse país? Por que que toda hora as pessoas falam que é preciso cortar gastos? É preciso fazer superávits? É preciso fazer tetos de gasto? Por que as mesmas pessoas que discutem com seriedade o teto de gasto não discutem a questão social do país?”, questionou Lula.
A economista avaliou que o desequilíbrio fiscal impacta principalmente a população mais pobre do país. “A experiência brasileira mostra que quando há irresponsabilidade fiscal, como o que Lula propôs, quem sofre é o pobre. É o pobre que paga pela inflação, pelo desemprego, pelos juros elevados. É preocupante a ideia de que não se aprendeu nada com o que aconteceu desde o segundo governo Lula e principalmente no governo Dilma”, disse.
Landau declarou apoio a Lula no segundo turno da eleição, mas ressaltou que vários economistas liberais que pediram voto para o petista não foram ingênuos em relação às propostas do futuro presidente.
“Nunca houve um casamento, houve um apoio, que nunca foi em cima das propostas econômicas do PT. Um apoio de alguns em relação à questão democrática, e no meu caso pela questão ambiental, mas em nenhum momento havia a ingenuidade que Lula adotaria um programa de centro ou liberal. O que aconteceu hoje (ontem) é uma espécie de ruptura com essa esperança”, afirmou Landau.
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