A infestação por carrapatos vai além do animal: envolve também o ambiente doméstico, já que esses parasitas passam boa parte do ciclo de vida fora do hospedeiro. Quando não há uma rotina adequada de cuidados, a proteção oferecida pelos medicamentos pode ser insuficiente e abrir espaço para riscos à saúde do pet e da família.
De acordo com o Ministério da Saúde, o carrapato-estrela (Amblyomma sculptum) pode transmitir doenças graves como a febre maculosa, que afeta humanos e animais.
“A prevenção deve ser feita de forma contínua e não apenas quando se observa a presença do carrapato”, alerta o órgão em nota técnica.
Ambiente limpo é parte essencial da prevenção
O erro mais frequente na prevenção é limitar os cuidados ao uso de pipetas, comprimidos ou coleiras antiparasitárias. Esses produtos são eficazes, mas não eliminam o risco se o ambiente não estiver limpo.
A Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) explica que o ciclo do carrapato envolve fases em que o parasita está no solo, frestas e áreas externas, aguardando o próximo hospedeiro.
Isso significa que mesmo um cão protegido pode voltar a ser infestado se o ambiente não for tratado.
“É fundamental higienizar canis, quintais e áreas onde o animal circula, com especial atenção a locais com grama alta e acúmulo de folhas secas”, destaca a APTA em publicação técnica.
Entre as medidas recomendadas estão:
- Manter o quintal limpo, cortar a grama e evitar acúmulo de entulho;
- Lavar periodicamente caminhas, mantas e brinquedos dos cães;
- Aspirar frestas, cantos de pisos e rodapés dentro de casa;
- Aplicar produtos carrapaticidas específicos para o ambiente, conforme orientação veterinária;
- Realizar inspeções manuais no cão após passeios ou contato com áreas de risco.
Erros comuns comprometem a proteção dos cães
A Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária (SBMV) lembra que cada produto antiparasitário tem um tempo de eficácia, e atrasos na reaplicação abrem espaço para novas infestações.
“Os tutores devem seguir rigorosamente a bula e a recomendação do médico-veterinário. Interrupções na prevenção são um dos principais fatores de falha no controle de carrapatos”, afirma a entidade.
Além disso, a automedicação é um risco. O uso de produtos inadequados ou em doses erradas pode causar intoxicações.
A Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, já registrou casos de efeitos adversos em cães relacionados ao uso incorreto de antiparasitários tópicos.