Gatos também podem ser surdos, e isso não os impede de levar uma vida saudável. A condição pode ser congênita (presente desde o nascimento) ou surgir com o tempo, principalmente em gatos idosos ou que sofrem com infecções de ouvido, como a otite.
Gatos brancos com olhos azuis, por exemplo, têm maior predisposição genética à surdez, como alertam especialistas da Petz e da Cobasi em seus blogs institucionais.
A médica-veterinária Ana Maria Faria explica ao site Minuto Saudável que “a surdez congênita é causada por uma alteração genética que impede o desenvolvimento do ouvido interno, e isso é mais comum em gatos brancos devido ao gene W”.
Já a surdez adquirida pode estar relacionada a inflamações, acúmulo de cera, traumas, envelhecimento ou uso de medicamentos ototóxicos.
Em ambos os casos, o diagnóstico definitivo só pode ser feito por um veterinário, com exames como otoscopia ou o teste BERA, que avalia a resposta do cérebro a estímulos sonoros.
Como perceber que o gato não escuta bem?
Muitos tutores só desconfiam da surdez após episódios frequentes de desatenção ou sustos incomuns.
O blog da Petz destaca que o gato surdo costuma dormir profundamente, não reage a sons comuns e pode miar mais alto do que o habitual, já que não ouve a própria voz.
Além disso, ele pode parecer “distraído” ou se assustar facilmente com aproximações silenciosas.
A identificação precoce é importante não só para adaptar os cuidados, mas também para evitar situações de estresse ou perigo.
O que fazer pelo bem-estar do gato surdo?
Gatos surdos precisam de um ambiente previsível, seguro e com estímulos sensoriais que não dependam da audição. Veja as principais recomendações de veterinários da Petz, Cobasi e Minuto Saudável:
- Evite o acesso à rua: a ausência de audição compromete a percepção de riscos, como carros e cães.
- Use sinais visuais ou vibrações: luzes piscando, gestos e batidas leves no chão ajudam a se comunicar com o gato.
- Mantenha o ambiente organizado: não mudar os móveis com frequência evita que o animal se sinta desorientado.
- Aproxime-se com cuidado: sinalize sua presença para evitar sustos, principalmente quando ele estiver dormindo.
- Ofereça brinquedos visuais ou táteis: itens com luz, movimento ou texturas diferentes ajudam a manter o enriquecimento ambiental.
- Mantenha a rotina e os horários: isso traz segurança e previsibilidade para o gato, facilitando a adaptação.
- Limpe os ouvidos regularmente: mesmo sem audição, os canais auditivos precisam ser higienizados com orientação veterinária.
- Agende consultas periódicas: o acompanhamento com um profissional garante que outras condições não passem despercebidas.
Gatos com deficiência auditiva podem desenvolver vínculos fortes com os tutores e são capazes de viver com autonomia.
“Com os estímulos certos e muito carinho, o gato surdo pode se adaptar perfeitamente à rotina da casa”, afirma a veterinária Caroline Moraes ao portal Patas da Casa.