Criar gatos e peixes em casa pode parecer um desafio, pois gatos são predadores naturais e têm instintos de caça aguçados.
Para muitos tutores, a simples ideia de ter um aquário em casa enquanto se tem um felino é motivo de preocupação, afinal, o risco de ataques ou estresse aos peixes é real.
Entender os sinais de interesse e curiosidade do gato, além de conhecer as vulnerabilidades dos peixes, é o básico para prevenir acidentes e garantir o bem-estar de todos.
O posicionamento correto do aquário, a escolha de uma tampa segura e o enriquecimento ambiental para o gato são medidas importantes para transformar a interação entre esses animais em algo seguro e harmonioso.
Segundo especialistas, “gatos são animais naturalmente curiosos e exploradores, por isso, é imprescindível criar barreiras físicas que evitem o acesso direto ao aquário, garantindo a segurança dos peixes e do próprio felino”, destaca a American Society for the Prevention of Cruelty to Animals (ASPCA).
Gatos e peixes podem compartilhar o mesmo espaço?
A resposta é sim, mas com muita cautela. O primeiro passo é entender o comportamento do seu gato.
Felinos com alta energia ou que já demonstraram interesse exagerado por pequenos animais talvez não sejam os candidatos ideais para conviver com peixes.
Em contrapartida, gatos mais tranquilos e acostumados com estímulos ambientais podem se adaptar melhor à presença de um aquário em casa.
De acordo com a médica-veterinária Fabiana Avelar, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), é importante garantir que o aquário seja seguro não apenas para os peixes, mas também para o próprio gato.
“Vidros frágeis, móveis instáveis ou falta de proteção podem representar riscos. Há casos de animais que se feriram tentando alcançar os peixes ou até mesmo derrubaram o aquário inteiro”, explicou em entrevista publicada pela UFMG.
Dicas para uma convivência segura entre felinos e peixes
- Posicione o aquário fora do alcance direto dos gatos;
- Use tampas firmes e que não possam ser empurradas;
- Garanta estabilidade da base do aquário;
- Crie enriquecimento ambiental para desviar o foco do felino;
- Supervisione nos primeiros dias de convivência.
Também é importante entender que os peixes são extremamente sensíveis ao estresse. Conforme o Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals (RSPCA), movimentos bruscos, sons repentinos e agitações no ambiente podem comprometer sua saúde.
“Mesmo que o gato não consiga alcançar o aquário, o simples fato de ele rondá-lo constantemente pode causar agitação nos peixes”, aponta a instituição.
Por isso, proporcionar enriquecimento ambiental ao gato é uma medida preventiva importante.
Brinquedos interativos, prateleiras, arranhadores e espaços para escalar ajudam a canalizar a energia do animal e reduzem o interesse por presas em potencial.
“Quanto mais estímulos positivos o gato tiver, menos ele buscará explorar situações que possam gerar conflito”, reforça a ASPCA.