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Como reconhecer peixes machos e fêmeas? Entenda diferenças

Para aquaristas iniciantes, o ideal é aprender a identificar características óbvias, como nadadeiras, cor e formato corporal

Mudanças hormonais ou fatores como a dominância social dentro do aquário podem influenciar a aparência dos peixes, o que dificulta ainda mais a distinção entre os sexos

Identificar se um peixe é macho ou fêmea pode parecer complicado para muitos aquaristas, principalmente em espécies onde não há dimorfismo sexual (diferenças físicas entre machos e fêmeas) muito evidente quando observamos os corpos deles.

Mas reconhecer o sexo dos peixes é fundamental tanto para evitar reprodução indesejada quanto para manter o equilíbrio do aquário.

De acordo com o veterinário especializado em peixes, Jessie Sanders, da Aquatic Veterinary Services, “peixes como guppies têm diferenças no formato das nadadeiras anais: machos têm nadadeira longa e pontiaguda, fêmeas têm nadadeira curta e triangular”.

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Nem sempre é rápido ou evidente dessa forma. Kristin Claricoates, veterinária do Hospital de Animais Exóticos de Chicago, nos Estados Unidos, em relatório da PetMD sobre a espécie rainbowfish, ressalta que durante a reprodução, machos exibem cores mais vivas e nadadeiras mais desenvolvidas.

Fora desse período, no entanto, a identificação é mais difícil.

Fatores que ajudam na distinção

Em diversas espécies de peixes ornamentais, há sinais visuais e comportamentais que colaboram:

  • Nadadeiras diferenciadas: além dos guppies, machos de platies e molinésias também tendem a apresentar nadadeiras anais alongadas e pontiagudas, enquanto as fêmeas são mais curtas e arredondadas;
  • Coloração e ornamentação: machos geralmente têm cores mais intensas e detalhes visuais chamativos, por exemplo, o nuchal hump (calombo na cabeça) comum em certas espécies;
  • Tamanho e formato corporal: fêmeas de algumas espécies, como koi e goldfish, têm corpo mais largo durante a estação reprodutiva, quando carregam ovos;
  • Comportamento: machos são frequentemente mais territorialistas e exibem comportamentos de corte ou tropas, como construção de ninho de bolhas.

Métodos confiáveis e quando recorrer a especialistas

Embora essas observações ajudem, existem casos em que o dimorfismo é pouco aparente. Nesses casos, vale considerar:

  • Ultrassom ou exame interno usado por veterinários e centros especializados para sexagem precisa;
  • Temporada reprodutiva leva a ovos visíveis na fêmea, principalmente em peixes ovíparos;
  • Genética e ambiente: cerca de 40 espécies são hermafroditas ou mudam de sexo conforme hormônios, temperatura ou densidade populacional.

Para aquaristas iniciantes, identificar características óbvias, como nadadeiras, cor, formato corporal, é o melhor caminho.

Já para reprodução controlada ou espécies raras, são recomendados exames de imagem e suporte profissional.

Jessica de Almeida é repórter multimídia e colabora com reportagens para a Itatiaia. Tem experiência em reportagem, checagem de fatos, produção audiovisual e trabalhos publicados em veículos como o jornal O Globo e as rádios alemãs Deutschlandfunk Kultur e SWR. Foi bolsista do International Center for Journalists.