Caminhar com dificuldade, mancar, lamber insistentemente uma das patas ou demonstrar dor ao toque podem ser sinais de que algo não vai bem com as unhas do cachorro.
Muitas vezes negligenciada, a saúde das garras caninas exige atenção dos tutores. Pois quando inflamadas, elas podem causar desconforto e, em casos mais graves, infecções que comprometem a mobilidade e a saúde do animal.
De acordo com o Manual Veterinário Merck, a inflamação da unha, chamada de onicite, pode ser resultado de traumas, infecções bacterianas ou fúngicas, doenças autoimunes e até distúrbios hormonais. O diagnóstico correto e o tratamento imediato são fundamentais para evitar complicações.
Saiba como ocorre a inflamação e como reconhecer os sintomas
Entre as causas mais comuns de unha inflamada em cães estão o corte incorreto, pancadas, encravamento e infecções secundárias. O uso de tesouras inadequadas ou o corte muito rente à base da unha pode provocar ferimentos que facilitam a entrada de microrganismos. Já em cães mais ativos, o impacto constante contra o solo ou objetos duros também pode gerar traumas.
“O tutor deve observar sinais como vermelhidão, inchaço, sensibilidade ao toque, secreção purulenta e mudança no comportamento do animal”, orienta o American College of Veterinary Surgeons (ACVS) em seu guia de cuidados com as patas.
Em algumas situações, o pet pode até parar de apoiar a pata no chão por causa da dor. A inflamação pode ocorrer tanto na unha quanto ao redor da base, e afetar a pele e o leito ungueal. Além da dor e do desconforto, se não tratada, a infecção pode se espalhar e comprometer estruturas mais profundas da pata.
Tratamento adequado depende da causa
Ao notar alterações na unha ou na forma de andar do cão, a recomendação é que o tutor procure avaliação veterinária. O profissional irá determinar a origem da inflamação, se traumática, infecciosa ou outra, e indicar o tratamento mais adequado, que pode incluir:
- Limpeza local com antissépticos;
- Uso de antibióticos tópicos ou orais;
- Antifúngicos (quando há presença de fungos);
- Remoção parcial ou total da unha (em casos graves);
- Antiinflamatórios e analgésicos para alívio da dor.
O Royal Veterinary College ressalta que “em cães com doenças autoimunes, a inflamação recorrente nas unhas pode ser um sintoma secundário que exige investigação e controle sistêmico”. Por isso, é importante não tentar medicar o animal por conta própria.
A prevenção também tem papel essencial. Cortar as unhas com frequência, com equipamentos próprios e por profissionais, ajuda a evitar que elas se quebrem ou encravem.
Superfícies abrasivas e caminhadas em terrenos acidentados também devem ser observadas, pois podem facilitar os risco de lesões.
Cuidado com as unhas
As unhas do cachorro devem ser verificadas com regularidade, principalmente em animais idosos ou com pouca atividade física, que tendem a desgastá-las menos naturalmente.
Os tutores devem também evitar umidade nas patas, manter a tosa higiênica em dia e usar produtos apropriados durante os banhos.
“O cuidado preventivo reduz a necessidade de intervenções médicas e melhora a qualidade de vida do animal”, destaca o American Kennel Club (AKC) em seu portal.