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Aquário para peixes de água salgada exigem parâmetros mais rigorosos

Reproduzir em casa o ambiente marinho demanda rotina de manutenção sistemática; veja o que você precisa saber

Equipamentos adequados, monitoramento contínuo da água e respeito às espécies são a base para um aquário saudável

Ter peixes marinhos em casa é um hobby que requer atenção rigorosa aos parâmetros do aquário.

Na água salgada, variáveis como salinidade, pH, temperatura e circulação exercem impacto direto na saúde dos animais, já que esses peixes evoluíram em ambientes estáveis, como recifes e oceanos.

Conforme explica o veterinário Nick Saint‑Erne, da revista The Spruce Pets e integrante da diretoria clínica de saúde de animais exóticos, “aquários marinhos exigem parâmetros muito mais rigorosos e rotina de manutenção sistemática”, como checagens semanais de amônia, nitrato e salinidade.

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Estrutura e equipamentos adequados

Boa filtragem, circulação de água e ambiente seguro evitam doenças e estresse nos peixes. O blog da Petz recomenda que, para que um aquário salgado funcione bem, é essencial que os tutores:

  • Usem tanque exclusivo para a água salgada, já que os peixes marinhos não toleram variações bruscas de pH e sal;
  • Filtração robusta com filtros mecânicos, químicos e biológicos, além de skimmer de proteínas, em sintonia com o método de Berlim;
  • Circulação eficiente da água, com bombas que garantam movimentação constante do sistema. Segundo a VCA Animal Hospitals, uma circulação regular evita pontos mortos e acúmulo de resíduos;
  • Controle diário de temperatura, pH e salinidade, mantendo parâmetros típicos de aquários marinhos (salinidade entre 1,020 e 1,024; pH entre 8,1 e 8,3; temperatura em torno de 26 °C);
  • Trocas parciais de água (20 % a 30% a cada 10–15 dias) com reposição de água filtrada ou adaptada para manter estabilidade.

Assim, evitam-se picos de amônia, espasmos térmicos e estresse, que funcionam como gatilhos para doenças como protozooses e infestação bacteriana.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) reforça que água bem ciclada e estável é o pilar de qualquer aquário saudável;

Alimentação equilibrada e compatibilidade entre espécies

Nos aquários marinhos, a alimentação deve ser pensada conforme a espécie. Há rações em flocos, pellets e alimentos congelados específicos para carnívoros, onívoros ou herbívoros Aquário Encantado.

A variedade nutre bem e evita carência de microalimentos e probióticos naturais.

Para formar um aquário harmonioso, tutores devem considerar a compatibilidade entre espécies, comportamento territorial e tamanho, recomenda a Embrapa.

Peixes como palhaço, cirurgião e baiacu exigem boas condições de espaço e solo.

Por exemplo, o baiacu-de-espinho sul-americano precisa nadar em meia-água e não deve conviver com camarões ou corais que ele possa atacar.

Já espécies mais delicadas, como o Colomesus psittacus, adaptam-se bem ao compartilhamento moderado com peixes pacíficos.

Jessica de Almeida é repórter multimídia e colabora com reportagens para a Itatiaia. Tem experiência em reportagem, checagem de fatos, produção audiovisual e trabalhos publicados em veículos como o jornal O Globo e as rádios alemãs Deutschlandfunk Kultur e SWR. Foi bolsista do International Center for Journalists.