A atuação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) em Ouro Preto foi tema de um intenso debate na reunião da Câmara Municipal nesta semana. O vereador Wemerson Titão (PT) apresentou o Requerimento nº 372/2025, no qual cobra explicações da Prefeitura e da Secretaria Municipal de Saúde sobre a demora no atendimento de ocorrências, especialmente no distrito de Antônio Pereira.
Segundo o vereador Wemerson Titão, dois casos recentes mobilizaram a comunidade: um acidente com um aluno da escola estadual local e outro com um trabalhador que sofreu uma queda grave. Em ambos os episódios, o socorro demorou mais de uma hora para chegar.
“É muito preocupante o que aconteceu em Antônio Pereira. A criança ficou caída no chão, no sol quente, e ninguém podia movimentá-la com medo de agravar a lesão. A ambulância do posto não podia socorrer, e o SAMU demorou quase duas horas. Isso é inaceitável”, afirmou o vereador.
No requerimento, Titão solicita informações detalhadas sobre o número de ambulâncias em operação, o tempo médio de resposta nas ocorrências urbanas e distritais, além da possibilidade de instalar um posto avançado do SAMU no Morro São Sebastião, para agilizar os atendimentos nas regiões do Morro Santana, Taquaral, Piedade e principalmente Antônio Pereira.
O vereador Alex Brito (PSDB) também se manifestou, ressaltando que parte do problema está na centralização do serviço de regulação do SAMU em Belo Horizonte. Segundo ele, o fato de os atendentes estarem fora do município dificulta a comunicação e a identificação rápida dos locais das ocorrências.
“Enquanto a regulação continuar em Belo Horizonte, nós teremos problemas. Quem atende o telefone não conhece a geografia de Ouro Preto. Às vezes a pessoa fala ‘Barra do Glácio’, e o atendente nem sabe onde é. Isso atrasa o envio da ambulância”, afirmou.
Alex Brito sugeriu que a Secretaria Municipal de Saúde avalie a criação de um centro de regulação local, possivelmente na antiga UPA do Pocinho, onde já funcionam o estacionamento e a base do SAMU. Ele propôs ainda que o tema seja debatido em reunião da Comissão de Saúde e que os vereadores destinem emendas impositivas para viabilizar a estrutura.
O vereador Luiz Gonzaga do Morro (Republicanos) apoiou a iniciativa e reforçou a urgência de soluções para a população dos bairros altos e distritos mais afastados.
“Estamos falando de mais de sete mil pessoas nos morros Santana, Queimada, São Sebastião e outros. Em certos horários, é difícil até atravessar a BR. E quando se trata de salvar vidas, minutos fazem diferença. O governo precisa estudar uma forma de garantir um atendimento mais rápido”, declarou.
O requerimento do vereador Wemerson Titão foi aprovado por unanimidade e será encaminhado ao prefeito Ângelo Oswaldo, ao secretário municipal de Saúde Leandro Moreira, à coordenação do SAMU local e à Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.
Os parlamentares aguardam resposta oficial sobre os questionamentos com expectativa de solucionar a eficiência e a descentralização do atendimento de urgência em Ouro Preto.
