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Pão de queijo e café caros permitem menor tarifa aeroportuária, diz diretor da Anac

Segundo diretor da Anac, concessões seriam inviáveis se os terminais não tivessem liberdade para definir a parte comercial

Anac regulamenta parte aeronáutica dos terminais, e concessionárias definem estratégia comercial

O diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Tiago Sousa Pereira, disse que o preço elevado da alimentação em aeroportos permite que o país tenha a menor tarifa aeroportuária do mundo. A fala do executivo foi feita durante um painel do evento “Regulation Week”, organizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) de Direito no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (13).

Segundo Pereira, o Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, e o Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, no Rio de Janeiro, cobram uma tarifa de embarque de US$ 10 a US$ 13, enquanto terminais no caribe cobram mais de US$ 200.

“Pode levantar a mão quem não acha o preço do pão de queijo nos aeroportos alto. É caro comer um pão de queijo, tomar um café por R$ 40, R$ 50, mas tem um motivo por trás disso. Esse preço alto do pão de queijo faz com que a nossa tarifa aeroportuária seja a menor do mundo, entre os grandes países”, disse.

Em entrevista coletiva após o painel, Pereira afirmou que as concessões dos aeroportos não seriam sustentáveis com as tarifas atuais no país. Dessa forma, as demais receitas dos terminais são importantes para equilibrar o caixa das concessionárias.

Ele ressalta que, como a parte aeronáutica é bem regulada no Brasil, o segmento comercial dos terminais tem maior liberdade para definir suas estratégias. “O passageiro é obrigado a pagar a tarifa de embarque no aeroporto, então, a gente regula. A parte comercial não é regulada, cada aeroporto tem a sua estratégia”, explicou.

As tarifas aeroportuárias são valores pagos aos operadores de aeródromos para remuneração pela utilização das instalações. As tarifas incluem taxas para embarque, conexão, pouso, permanência e armazenagem da carga importada e exportada.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.