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Além do impacto humano, as consequências econômicas são alarmantes: estima-se que a depressão e a ansiedade custem à economia global US$ 1 trilhão por ano, principalmente devido à perda de produtividade. Diante desse cenário, empresas de todos os portes buscam implementar programas de bem-estar, mas a abordagem única raramente se mostra eficaz.
Um trabalho digno pode ser um fator de proteção para a saúde mental, proporcionando sustento e senso de propósito. Por outro lado, ambientes de trabalho precários, com discriminação e cargas excessivas, representam um risco para o bem-estar psicológico.
Para serem efetivos, os
Entendendo o que são ‘condições de saúde mental’
Para criar um programa de apoio eficaz, é crucial entender que a expressão “condições de saúde mental”, usada pela OMS, é ampla e intencionalmente inclusiva. Assim como a saúde física, a saúde mental existe em um espectro, que vai de um mal-estar passageiro a uma condição crônica. O termo abrange três níveis principais:
Sofrimento emocional: É o nível mais comum e se refere a estados de tristeza, raiva, ansiedade ou irritabilidade que afetam o dia a dia. Não é uma doença, mas um sinal de que a pessoa está sobrecarregada. Um colaborador pode estar em sofrimento emocional devido a um projeto estressante ou a um problema pessoal, sem ter um diagnóstico formal.
Transtornos mentais: São condições diagnosticadas por um profissional de saúde, como depressão, ansiedade ou burnout. Caracterizam-se por perturbações significativas na forma como a pessoa pensa, regula suas emoções ou se comporta, causando prejuízo em áreas importantes da vida, incluindo o trabalho.
Deficiências psicossociais: Ocorre quando um transtorno mental de longa duração interage com barreiras no ambiente, como preconceito, falta de apoio ou de adaptações, impedindo a participação plena do colaborador. O problema não está apenas na condição da pessoa, mas na falta de um ambiente inclusivo que a acolha.
Entender essa amplitude é o primeiro passo para criar programas de bem-estar que realmente funcionem, oferecendo desde apoio pontual para o estresse do dia a dia até adaptações estruturais para quem precisa de mais suporte.
Intervenções organizacionais como ponto de partida
A base para um programa de bem-estar bem-sucedido reside em ações no nível da organização, que visam modificar ou eliminar os riscos psicossociais no trabalho.
Uma das principais recomendações da OMS é a implementação de “acomodações razoáveis no trabalho” para colaboradores com condições de saúde mental. Essas adaptações podem incluir:
- Flexibilização de horários para acomodar consultas ou momentos de menor produtividade.
- Modificação da descrição do trabalho, como a reintrodução gradual de tarefas.
- Ajustes no ambiente físico, como oferecer um espaço privado para descanso.
- Comunicação adaptada, com reuniões de apoio e ajuste na forma de passar informações.
Capacitação de gestores: um elo crucial
Os gestores desempenham um papel vital na promoção da saúde mental. A OMS recomenda fortemente o treinamento de gerentes para melhorar seus conhecimentos, atitudes e comportamentos em relação ao tema.
Esse treinamento visa capacitar líderes a identificar sinais de sofrimento emocional e apoiar suas equipes , mas é fundamental ressaltar que o objetivo não é transformar gestores em profissionais de saúde mental. A ideia é que eles se tornem um ponto de apoio seguro, capazes de encaminhar os colaboradores para a ajuda adequada.
Intervenções individuais e apoio direcionado
Além das mudanças estruturais, as intervenções individuais oferecem ferramentas para que os próprios colaboradores gerenciem o estresse. A OMS sugere programas baseados em mindfulness ou abordagens cognitivo-comportamentais , além de incentivos à prática de atividades físicas como ioga ou caminhada. Para quem já apresenta sofrimento emocional, intervenções como treinamento em resolução de problemas podem ser muito eficazes.
Retorno ao trabalho e inclusão
Para profissionais que se ausentaram por questões de saúde mental, a OMS recomenda programas que combinem cuidados direcionados ao ambiente profissional com o tratamento clínico. Para pessoas com condições severas que buscam inserção no mercado, estratégias de “emprego apoiado”, que oferecem suporte contínuo para a obtenção e manutenção do emprego, são fortemente recomendadas.
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