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Profissões do futuro na indústria: veja quais cargos serão mais procurados até 2035

Estudo da CNI aponta 16 cargos técnicos e de nível superior em alta e tecnologias que vão transformar o setor industrial brasileiro

Formação contínua e habilidades digitais serão essenciais para atender à demanda das indústrias do futuro

O setor industrial brasileiro deve passar por transformações nos próximos anos, de acordo com o estudo do Observatório Nacional da Indústria (ONI), da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A pesquisa projeta que até 2035, 16 profissões, divididas entre níveis técnico e superior, estarão entre as mais procuradas, acompanhadas de novas tecnologias que devem se consolidar no ambiente industrial.

Para Márcio Guerra, superintendente do ONI, a mudança no perfil profissional é inevitável. “Funções operacionais e repetitivas tendem a desaparecer, dando lugar a ocupações mais analíticas, criativas e interdisciplinares. O trabalhador precisará dominar fluência digital, análise de dados e resolução de problemas complexos”, explica.

Profissões do futuro: nível técnico

O estudo destaca oito cargos técnicos que devem crescer em relevância nos próximos anos, com estimativas de alta na demanda:

  1. Técnico em Microrredes e Energias Renováveis – +30%
  2. Técnico em Cibersegurança Industrial – +25%
  3. Técnico em Manufatura Aditiva (Impressão 3D) – +25%
  4. Técnico em Manutenção Preditiva – +15%
  5. Técnico em Internet Industrial das Coisas (IIoT) e Conectividade Industrial – +10%
  6. Técnico em Operação de Robôs e Drones Autônomos – +10%
  7. Técnico em Realidade Aumentada/Virtual (RA/RV) – +10%
  8. Técnico em Sensoriamento Remoto e Geotecnologias – +8%

Profissões do futuro: nível superior

Entre os cargos de nível superior, as oito ocupações com maior perspectiva de crescimento incluem:

  1. Gerente de Inovação Aberta e Colaborativa – +27%
  2. Gestor de Sustentabilidade e Economia Circular – +20%
  3. Especialista em Gêmeos Digitais e Modelagem Virtual – +15%
  4. Especialista em Governança Algorítmica e Ética Digital – +12%
  5. Cientista de Dados Industrial – +12%
  6. Engenheiro de Machine Learning e IA Industrial – +10%
  7. Engenheiro de Edge Computing – +8%
  8. Arquiteto de Soluções Blockchain para Cadeia de Suprimentos – +5%

“Não se trata apenas de operar máquinas e equipamentos. É preciso compreender os sistemas que as conectam, analisar os dados que produzem e tomar decisões baseadas em evidências. Isso exige formação sólida e atualização constante”, reforça Guerra.

Tecnologias emergentes e tendências

O levantamento também aponta tecnologias que devem se consolidar na indústria, como inteligência artificial, IIoT, gêmeos digitais, blockchain, manufatura aditiva e realidade aumentada.

Além disso, práticas organizacionais inovadoras, metodologias ágeis, economia circular e governança algorítmica, devem se tornar centrais para a competitividade industrial.

A pesquisa projeta que, nos próximos dez anos, cerca de 60% das indústrias vão demandar técnicos em cibersegurança industrial e 50% especialistas em microrredes. Segundo os pesquisadores, essas mudanças exigem do trabalhador não apenas operação, mas capacidade analítica e integração com sistemas inteligentes.

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Erem Carla é jornalista com formação na Faculdade Dois de Julho, em Salvador. Ao longo da carreira, acumulou passagens por portais como Terra, Yahoo e Estadão. Tem experiência em coberturas de grandes eventos e passagens por diversas editorias, como entretenimento, saúde e política. Também trabalhou com assessoria de imprensa parlamentar e de órgãos de saúde e Justiça. *Na Itatiaia, colabora com a editoria de Indústria.