O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, confirmou neste domingo (27) que as
Também neste domingo (27) Trump firmou um
O pacto sela a estratégia do governo americano de renegociar seus acordos de taxação para tentar reduzir o déficit comercial dos EUA. E a sombra de tarifas gigantescas forçou diferentes países a tentarem acordos mais leves - o Brasil, no entanto, deve encarar a taxa mais alta, de 50%.
Veja os países que conseguiram negociar com os EUA
- União Europeia: nova tarifa, de 15%, representa uma diminuição significativa em relação aos 30% que estavam sendo praticados anteriormente
- Japão: Trump reduziu a alíquota tarifária de 25%, imposta no começo de julho, para 15%. O aço e o alumínio japonês foram excluídos do documento e permanecem com a tarifa anterior, de 25%.
- Indonésia: EUA vão reduzir a tarifa de 32% para 19% para os produtos do país entrarem no mercado americano.
- Filipinas: produtos taxados em 19%, o que está abaixo da média de 25% a 50% que foi imposta a países sem acordo.
- Vietnã: tarifa de 20% sobre produtos vietnamitas importados, abaixo dos 46% anunciados anteriormente, e uma taxa de 40% aos produtos que passam pelo Vietnã, mas são originários de outros países.
- Reino Unido: taxação base de 10% dos EUA sobre produtos britânicos e uma isenção total de tarifas para componentes e produtos aeroespaciais britânicos dentro da cota acordada.
- China: durante trégua tarifária impôs uma tarifa-base contra os produtos chineses em 30%, no lugar dos 145%.
Acordos em negociação
O presidente Donald Trump disse que a maioria dos acordos, “se não todos”, será concluída até agosto.
No início de julho, a Bloomberg noticiou que os Estados Unidos estão trabalhando em um acordo com a Índia que pode reduzir as tarifas propostas para menos de 20%. Em contrapartida, a Índia reduziria tarifas sobre produtos agrícolas oriundos dos EUA.
O gabinete presidencial da Coreia do Sul disse que entregará um pacote comercial “mutuamente aceitável” na próxima semana. Segundo o anúncio, a proposta incluirá uma cooperação na construção naval e uma tentativa na redução das tarifas de 25% que o país enfrenta atualmente.
Alinhada ideologicamente com os EUA, a Argentina ainda não formalizou um acordo, mas tenta reverter a imposição de tarifas sobre importação siderúrgica do país. Segundo o jornal Clarin, o governo argentino trabalha com a expectativa de ter tarifa zero sobre 80% do comércio bilateral.
O ministro de comércio da Malásia, Anwar Ibrahim, afirmou que está em negociações para reduzir as tarifas para abaixo de 20%. Atualmente, uma delegação comercial do Taiwan está em Washington para tentar um acordo tarifário. E o Bangladesh encomendou 25 aviões da Boeing como um esforço para acalmar as tensões comerciais e evitar um aumento de 35% nas tarifas.
Brasil
Na última quinta-feira (24), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, revelou ter
Segundo Alckmin, o governo brasileiro reforçou a disposição em negociar e destacou a importância de manter o diálogo sem interferências políticas ou ideológicas. “O Brasil nunca saiu da mesa de negociação. Não criamos o problema, mas queremos resolver”, disse o vice-presidente, destacando também o papel ativo do presidente Lula nas tentativas de reaproximação.
Apesar do esforço diplomático, ainda há incerteza sobre o canal de comunicação e o nível de interlocução com o governo norte-americano. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu dificuldades para dialogar diretamente com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent. Segundo ele, as conversas ocorrem apenas em nível técnico e as decisões finais estariam centralizadas na Casa Branca, sob responsabilidade direta de Trump.