Uma nova região do subcontinente indiano está sendo palco de protestos: Ladaque, na Índia.
Os manifestantes chegaram a incendiar o escritório regional do Partido Bharatiya Janata (BJP), do primeiro-ministro indiano Narendra Modi. A repressão policial ao protesto causou as quatro mortes e dezenas de feridos, incluindo membros das forças de segurança, segundo a Al Jazeera, emissora estatal do Catar.
Os conflitos se concentram na cidade de Leh, capital de Ladaque.
Nos últimos anos, milhares de pessoas da região realizaram marchas pacíficas e greves de fome exigindo maiores salvaguardas constitucionais e a condição de estado da Índia, que governa a região desde 2019. A população quer eleger um governo local.
A geração Z, porém, rompeu com os protestos pacíficos e foi às ruas, queimando e quebrando veículos e edifícios. “Foi uma explosão da juventude, uma espécie de revolução da geração Z, que os levou às ruas”, afirmou.
Greve de fome
Vários ativistas locais estavam em greve de fome pelos protestos, o que chegou ao 15º dia nesta quarta (24). Dois ativistas chegaram a ser hospitalizados, o que levou os organizadores a pedirem uma paralisação. Os manifestantes, que já estavam revoltados com o governo, concluíram que “a paz não estava funcionando” e se iniciaram os protestos.
Grupos liderados por jovens se dirigiram a prédios oficiais locais e a um escritório do BJP, gritando palavras de ordem, o que iniciou os confrontos com a polícia. Uma pessoa está em estado grave, dezenas ficaram feridas e quatro morreram.
“Este é o dia mais sangrento da história de Ladaque. Eles martirizaram nossos jovens – o público em geral que estava nas ruas para apoiar as reivindicações da greve”, disse o chefe de um órgão que organiza as greves de fome.
“As pessoas estavam cansadas das falsas promessas do governo durante cinco anos e estavam cheias de raiva”, completou Jigmat Paljor.
O governo acusou Sonam Wangchuk, líder dos protestos, de fomentar a violência, o que Wangchuk nega. Segundo o Ministério do Interior da Índia, o educador estava “enganando as pessoas por meio de sua menção provocativa aos protestos no estilo da Primavera Árabe e referência aos protestos da Geração Z no Nepal”.
Objetivo
Ladaque faz parte do subcontinente indiano, uma região no sul asiático onde se situam Índia, Paquistão, Bangladesh, Nepal e Butão.
Ladaque perdeu sua semi-autonomia em 2019, quando o BJP o separou de Jammu e da Caxemira indiana, impondo governo sobre ambos. A região tem cerca de 300 mil habitantes e faz fronteira om a China e o Paquistão.
A separação de Jammu e Caxemira de Ladaque tornou mais difícil para a população de conseguir emprego e, além disso, os moradores acusam o governo de não implementar políticas para contratação de funcionários para o serviço público na região.
Ladaque tem uma taxa alta de alfabetização, porém, muitos dos moradores estão desempregados.
Leh, onde a violência implodiu, tem maioria budista, e a comunidade reivindica uma região reparada para sua população. Já o distrito de Kargil, cuja maioria é muçulmana, desejava ser anexado à Caxemira.
Os manifestantes querem a restauração da condição de estado de Ladaque, com maior autonomia, o que daria mais cotas de emprego e terras.
Conflito no Nepal
Os
A
O que desencadeou o protesto foi a proibição das redes sociais, algo que foi visto como uma tentativa de silenciar um movimento anticorrupção que crescia nas redes.
Adultos, adolescentes e até crianças atearam fogo em prédios públicos, veículos e até mesmo a casas de políticos,