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Israel entra em estado de alerta após ataque ao Irã e teme forte retaliação

Ataques aconteceram na madrugada desta sexta-feira (13) e mataram dois líderes iranianos; prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião, precisou se abrigar em bunker após toque de sirenes em Israel

Esta foto divulgada pela Agência de Notícias Árabe Síria (SANA) mostra os restos de um projétil iraniano que se dirigia a Israel após cair na província de Daraa, no sudoeste da Síria.

As Forças de Defesa de Israel realizaram um ataque no Irã na madrugada desta sexta-feira (13) e o clima é de tensão máxima, segundo informações do correspondente da Itatiaia, Michel Gawendo, que está no país. O governo israelense decretou estado de emergência total, fechou seu espaço aéreo e suspendeu todas as atividades públicas, incluindo o funcionamento das escolas.

“Israel entra em clima de alerta e emergência total e espera uma reação do Irã, que, na verdade, já começou”, relatou Gawendo. Durante o bombardeio, o chefe da Guarda Revolucionária do Irã, Hossein Salami, e o chefe das Forças Armadas do país, Mohammad Bagheri, morreram. Dois cientistas nucleares também foram mortos. Mais tarde, Israel afirmou que o Irã lançou mais de 100 drones contra o território israelense. A população foi orientada a permanecer próxima de abrigos.

Vale lembrar, que no momento em que Israel bombardeava o Irã, o prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião, dormia em um alojamento de uma universidade israelense. Às 3h dessa sexta (no horário local), ele foi acordado com sirenes que indicavam que todos deveriam se dirigir para bunkers em busca de proteção contra uma ofensiva iraniana em resposta aos ataques.

Em entrevista exclusiva à Itatiaia, Damião relata os momentos de tensão que vive em Israel. Além de viver o desconhecido, Damião relata também a sensação de temor e dúvida sobre o que pode acontecer nas próximas horas no país.

Alerta que chegou ao celular de Damião

A ofensiva israelense teve como foco instalações nucleares, bases da Guarda Revolucionária e altos comandantes militares iranianos. “Além do comandante em chefe das forças iranianas, Israel afirma que eliminou, em ataques contra apartamentos na capital Teerã, outros comandantes, inclusive o comandante da Força Aérea Iraniana”, detalhou o correspondente.

A tensão também provocou mudanças na rotina do país. O principal aeroporto de Tel Aviv foi esvaziado, e companhias aéreas europeias anunciaram a suspensão de voos para Israel. “O aeroporto é um dos principais alvos do Irã, porque o Irã ameaça atingir as instalações de infraestrutura de Israel”, explicou Gawendo.

O governo de Benjamin Netanyahu reforçou as defesas aéreas em torno de bases militares, aeroportos civis, usinas de eletricidade e prédios do governo. Líderes israelenses também foram levados para locais seguros. “O país agora está em espera, espera para ver o que vai acontecer nas próximas horas, que vão ser críticas”, alertou o jornalista.

O ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, pediu em carta enviada à Organização das Nações Unidas (ONU) que “trate imediatamente dessa questão”. O Irã afirmou que o ataque aéreo contra suas instalações militares e nucleares foi uma “declaração de guerra”.

Alvos e Medidas de Segurança em Israel

O comando militar israelense informou que os alvos dos ataques israelenses incluem instalações nucleares iranianas, bases militares da Guarda Revolucionária (o principal braço do exército iraniano) e a eliminação de líderes e comandantes militares do Irã. Israel afirma ter neutralizado o comandante em chefe das forças iranianas e outros comandantes, incluindo o comandante da Força Aérea Iraniana, em ataques a apartamentos na capital Teerã. Em Israel, as medidas de segurança foram reforçadas e a vida pública foi impactada:

  • Atividades públicas e escolas foram canceladas e fechadas nesta sexta-feira (13);
  • O espaço aéreo foi totalmente fechado, com todas as decolagens e pousos cancelados pelo menos até o próximo domingo (15) ou segunda-feira (16). Empresas aéreas europeias também suspenderam voos para Israel.
  • O aeroporto de Tel Aviv, a 10 km da capital, foi completamente esvaziado e os aviões foram retirados, uma vez que é considerado um dos principais alvos ameaçados pelo Irã, que prometeu atingir a infraestrutura israelense.
  • As defesas aéreas foram intensificadas, especialmente ao redor de bases militares, aeroportos civis, usinas de eletricidade e instalações governamentais.
  • Líderes israelenses, incluindo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, foram levados para locais seguros.

Conexão com o conflito em Gaza

Segundo Gawendo, os ataques contra o Irã fazem parte de um desdobramento da guerra iniciada em 7 de outubro de 2023, após os ataques do grupo Hamas contra Israel. “O Hamas é um grupo financiado pelo Irã. Israel afirma que toda essa guerra, que também envolveu o Hezbollah no Líbano e os Houthis no Iêmen, foi preparada durante 20 anos pelo Irã”, disse.

A estratégia, de acordo com a inteligência israelense, envolveria um “anel de fogo” ao redor do Estado judeu, composto por milícias armadas com o objetivo de realizar ataques coordenados, possivelmente junto com ofensivas nucleares. “Israel vem afirmando desde o início da guerra que o principal perigo para o país é o programa atômico iraniano e que não permitirá que o Irã desenvolva uma bomba atômica”, ressaltou Gawendo.

Na mais recente operação, Israel utilizou mais de 200 aeronaves e realizou ataques com o apoio de agentes do serviço secreto Mossad dentro do território iraniano. “Israel afirma que age sozinho, com apoio de defesa dos Estados Unidos, mas que não vai permitir que o Irã tenha armas nucleares”, concluiu o correspondente.

A escalada militar deixa o Oriente Médio em alerta máximo.

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.