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Greta Thunberg denuncia ataque de Israel a embarcações que levam ajuda a Gaza

Frota leva aproximadamente 600 ativistas de dezenas de países, entre eles a ambientalista sueca e o brasileiro Thiago Ávila

Frota reúne mais de 50 embarcações com mais de 600 ativistas de dezenas de países, incluindo a ambientalista sueca Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila

A Flotilha Global Sumud, que se dirige à Faixa de Gaza para levar ajuda humanitária, foi atacada por drones não identificados na madrugada desta quarta-feira (24) enquanto navegava na costa da Grécia. A frota reúne cerca de 50 embarcações com mais de 600 ativistas de dezenas de países, incluindo a ambientalista sueca Greta Thunberg, o brasileiro Thiago Ávila e parlamentares italianos.

De acordo com Greta Thunberg, de 22 anos, o ataque não vai parar a missão humanitária. “Sabíamos dos perigos desse tipo de ataque. Não vão nos parar, trata-se de uma tática para nos assustar, de uma guerra psicológica, mas estamos muito determinados a continuar nossa missão”, disse a ambientalista.

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O governo italiano e a Organização das Nações Unidas (ONU) se posicionaram em relação aos ataques. O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, informou que tenta mediar com o governo de Israel para permitir a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

“O ministro está em contato com o governo israelense e apontou um mecanismo de mediação confiável”, disse uma fonte da Farnesina à agência Ansa. “O governo italiano está examinando todas as opções para evitar novas ações ofensivas contra os barcos da flotilha”, acrescentou.

Já o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos pediu o fim dos “ataques” contra a flotilha nesta quarta-feira (24). O órgão pede ainda uma investigação independente.

“Deve ser realizada uma investigação independente, imparcial e exaustiva sobre os ataques e o assédio que foram denunciados”, declarou um porta-voz do Alto Comissariado, Thameen Al Kheetan, enquanto os ativistas pró palestinos da frota afirmam ter sido alvo de “explosões e múltiplos drones” frente à Grécia.

Ataques na madrugada

Durante a madrugada desta quarta-feira (24), a Flotilha Global Sumud denunciou que vários dos barcos foram atingidos por “múltiplos drones”, enquanto atravessavam a costa da Grécia. De acordo com os integrantes da frota, houve o lançamento de “objetos não identificados”, diversas explosões e bloqueios de comunicações.

“Eles miraram os menores barcos de nossa missão para destruir suas velas”, apontou o brasileiro Thiago Ávila, um dos coordenadores da iniciativa.

Flotilha rumo à Faixa de Gaza

A Flotilha Global Sumud iniciou viagem em direção à Faixa de Gaza no dia 19 de setembro, após múltiplos documentos. O grupo saiu de Barcelona, na Espanha, e já havia denunciado os ataques com drones em frente à Tunísia.

As embarcações têm a intenção de chegar à Gaza para fornecer ajuda humanitária e “romper o bloqueio israelense” contra o enclave palestino, depois de duas tentativas bloqueadas por Israel em junho e julho.

Na segunda-feira (22), Israel afirmou que não permitiria que as embarcações chegassem à Gaza. O governo propôs que o grupo atracasse em Ashkelon, mais ao norte deste território.

Guerra em Gaza

Israel iniciou na última terça-feira (16) uma ampla ofensiva militar terrestre e aérea para tomar a Cidade de Gaza. Na terça-feira, uma comissão de investigação independente da ONU concluiu que Israel comete genocídio contra os palestinos em Gaza, o que o governo israelense nega.

A guerra começou em 7 de outubro de 2023, quando milicianos islamitas mataram 1.219 pessoas, a maioria civis, em Israel, segundo dados oficiais.

A campanha de retaliação israelense matou mais de 65.200 palestinos na Faixa de Gaza, também em sua maioria civis, segundo números do Ministério da Saúde do território - governado pelo Hamas -, que a ONU considera confiáveis.

*Com agências

(Sob supervisão de Edu Oliveira)

Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas