O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, celebrou nesta segunda-feira (24), os “passos importantes” dados na reunião com líderes dos Estados Unidos em Genebra, na Suíça. Ele disse, porém, que há muito a fazer para finalizar a guerra com a Rússia, que já dura quase quatro anos.
Altos funcionários da Ucrânia, Estados Unidos e Europa se reuniram no domingo, na Suíça, após a divulgação de uma proposta americana para pôr fim à invasão russa, a qual recebeu amplas críticas por ceder às demandas de Moscou.
As partes envolvidas afirmaram que houve progressos nas negociações em Genebra, descrevendo-as como “construtivas” em uma declaração conjunta.
Líderes europeus organizam conversas urgentes sobre a Ucrânia durante cúpula marcada para Angola na segunda-feira.
“Nos passos que coordenamos com a parte americana, conseguimos incluir questões extremamente delicadas”, afirmou Zelensky por videoconferência durante uma reunião na Suécia.
Esses pontos incluem “a libertação total de todos os prisioneiros de guerra ucranianos sob a fórmula de todos por todos, assim como dos civis, além do retorno completo das crianças ucranianas sequestradas pela Rússia”, destacou.
Kiev alega que Moscou transferiu ilegalmente menores ucranianos dos territórios ocupados para a Rússia durante o conflito e solicitou a devolução das crianças.
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“São medidas significativas, mas para se alcançar uma paz verdadeira, é necessário ir além”, garantiu Zelensky.
O presidente enfatizou que a Ucrânia se encontra em um “momento crítico” e expressou a intenção de buscar “compromissos que fortaleçam” o país.
O plano apresentado pelos Estados Unidos, na semana passada, gerou preocupação entre os europeus, pois sugere que a Rússia pode conquistar ainda mais território do que já ocupa. Muitos, na Ucrânia e na União Europeia, interpretaram isso como uma capitulação.
“O presidente russo, Vladimir Putin, busca um reconhecimento legal do que usurpou”, declarou Zelensky.
O Kremlin informou nesta segunda-feira que não foi notificado sobre os resultados das discussões em Genebra.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que a Rússia está ciente de que “ajustes” foram feitos no plano inicialmente apoiado por Donald Trump e recebido com satisfação por Putin. “Vamos aguardar”, concluiu Peskov.
*Com AFP
