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Charlie Kirk: conversas obtidas por promotores apontam motivação do crime

Robinson foi indiciado nesta terça-feira (17) por homicídio qualificado e outros crimes

Tyler Robinson (esquerda) é suspeito de matar Charlie Kirk (direita)

Trocas de mensagens e conversas com familiares podem apontar a motivação de Tyler Robinson ao matar o ativista de direita Charlie Kirk na semana passada em Utah, nos Estados Unidos

Robinson foi indiciado nesta terça-feira (16) por homicídio qualificado e outros crimes. Em coletiva de imprensa, os promotores revelaram mensagens e também depoimentos da família de Tyler que podem esclarecer o motivo pelo qual ele matou Kirk com um único tiro no pescoço.

A mãe de Robinson contou aos investigadores que o filho havia se tornado ‘mais político’ no ano anterior e que havia começado ‘a se inclinar mais para a esquerda tornando-se mais pró-direitos gays e trans’. A colega de quarto de Robinson, com quem ele se relacionava romanticamente, segundo a polícia, estava em transição de gênero.

Além de seu relacionamento, as opiniões de Robinson resultaram em ‘diversas discussões com familiares, mas principalmente entre Robinson e o pai, que tem visões políticas muito diferentes’, disseram os promotores. Os pais de Tyler eram republicanos registrados.

Robinson também disse ao parceiro que ‘algumas formas de ódio não podem ser negociadas’. À família, o indiciado disse que Kirk ‘espalhava ódio’.

Vale lembrar que Charlie Kirk era um grande aliado de Trump e crítico a pautas como direitos de pessoas LGBTQIAP+, aborto, políticas de equidade racial e ideologia de gênero. Ele era a favor da liberação do porte de armas, economia de livre mercado, da liberdade de expressão e da maior presença da religião cristã na vida pública.

A família de Robinson foi quem o entregou, após ver as fotos divulgadas pelo FBI. O pai dele temia que Tyler tivesse usado fosse o que ele teria dado de presente ao filho. Após uma conversa entre pai e filho, eles foram à polícia.

Robinson foi acusado formalmente de homicídio qualificado, obstrução de justiça, disparo criminoso de arma de fogo, prática de crime violento na presença de uma criança e adulteração de testemunhas (duas vezes). A promotoria pedirá pena de morte para ele.

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Morte de Charlie Kirk

Charlie Kirk, influenciador de 31 anos, era uma figura forte na juventude de direita dos EUA e morreu após ser atingido por um disparo no pescoço enquanto discursava em um evento na Utah Valley University, no oeste do país, na quarta-feira (10).

Charlie era fundador do grupo político juvenil conservador ‘Turning Point USA’. Casado e pai de duas crianças, Kirk usava redes sociais como TikTok, Instagram e YouTube para defender suas ideias.

O assassinato de Kirk foi captado por vários vídeos que foram publicados nas redes sociais. Neles, Kirk aparece falando sob uma tenda diante de milhares de pessoas, quando se ouve o som de um único disparo. Na gravação, vê-se Kirk caindo de sua cadeira e escutam-se gritos de pânico entre o público.

A arma do crime é um rifle de ferrolho, que foi encontrado enrolado em uma toalha escura. A arma tinha uma luneta em cima. Investigadores encontraram mensagens escritas nas cápsulas das balas, como: ‘Observações de protuberâncias OwO o que é isso?'; ‘Ei, fascista! Pegue'; ‘Se você ler isso, você é gay, kkkk'; 'Ó Bella Ciao, Bella Ciao’. Esse último escrito é de uma canção dedicada à resistência italiana que lutou contra as tropas da Alemanha nazista.

Segundo o FBI, Robinson foi encontrado nesta sexta usando roupas iguais às das filmagens obtidas na região.

O velório de Kirk foi marcado para domingo (21), no Estádio State Farm, em Glendale, nos arredores de Phoenix.

Jornalista formada pela PUC Minas. Mineira, apaixonada por esportes, música e entretenimento. Antes da Itatiaia, passou pelo portal R7, da Record.